A Bola - 20200801

(PepeLegal) #1

OLA 17


ado
o de 2020

MIGUEL NUNES/ASF

Vitalino Canas, Fernando Tavares Pereira e Coutinho Duarte, ontem, à saída da reunião

SPORTING


Futebol


jSócios foram recebidos por Ro-
gério Alves, propuseram maioria
absoluta e chumbaram ‘i-voting’

«A nossa crítica quando


aparece é construtiva»


O presidente da Mesa da Assem-
bleia Geral do Sporting, Rogério Al-
ves, recebeu ontem, em Alvalade,
o grupo de três sócios — Fernando
Tavares Pereira, candidato à presi-
dência em 2018, Joaquim Coutinho
Duarte e Vitalino Canas — que este
mês tinham enviado uma carta
aberta sugerindo alterações estatu-
tárias, nomeadamente a maioria
absoluta em eleições, com recurso
a segunda volta em caso de neces-
sidade. Uma reunião que durou
pouco mais de uma hora.
«Gostaram da ideia, disseram
que iam analisar mas não poderão
levar essa proposta já na próxima
Assembleia Geral. Dissemos que
não devia haver necessidade de
marcar uma AG por cada artigo que
se queira alterar nos estatutos, que
tudo poderia ser alterado de uma só
vez. Mas fiquei satisfeito pela for-
ma como fomos recebidos, numa
reunião com diálogo aberto, sem
qualquer tipo de problemas. A nos-
sa crítica quando aparece é constru-
tiva, nunca para destruir. Disse-
mos as nossas razões, elas foram
ouvidas, gostamos de falar frente a

frente», afirmou Fernando Tava-
res Pereira, a A BOLA, onde deu
conta de que também a implemen-
tação do i-voting foi tema: «Já de-
cidiram que vão levar isso à AG. É
uma tomada de decisão da Direção
mas terá de ser aprovada por maio-
ria de dois terços em Assembleia
Geral e penso que não será atingi-
da. Os sportinguistas têm bom sen-
so. É verdade que o i-voting tem
vantagens mas temos de ver em que
país estamos, onde não há homo-
geneidade de rede, e o clube de que
estamos a falar, com vários sócios
de mais idade que não conseguem
votar através de um telemóvel. Jus-
tificaram-se com a aglomeração
que costuma acontecer em Alva-
lade mas relembro que a pandemia
apareceu depois da ideia do i-voting
desta Direção.»
Também a questão de cada sócio
passar a ter um só voto desagrada
a Fernando Tavares Pereira: «Pode
vir a ser sugerida aos sócios mas
não faz sentido, para fidelizar há
que dar vantagens. Além do risco
de, por exemplo, eu agarrar num
milhão de euros, inscrevo 100 mil
sócios e passado um ano candida-
to-me, ganho as eleições e altero
os estatutos.»
MÁRIO RUI VENTURA

Tal como estava previsto, o grupo de trabalho criado pelo Sporting e liderado pelo
presidente da Mesa da Assembleia Geral, Rogério Alves, para promover a alteração dos
estatutos do clube, com a introdução do voto eletrónico remoto — i-voting — entregou
ontem ao Conselho Diretivo o relatório final que, anunciou o clube em comunicado, re-
vela que «não se identificam normas legais que impeçam a introdução do i-voting nas
assembleias gerais». O mesmo Conselho Diretivo «irá agora em plenário analisar a
proposta apresentada e, em caso de aprovação, promover os trâmites necessários para
que a mesma seja colocada à apreciação e deliberação dos sócios», na próxima Assem-
bleia Geral do clube, cuja data será divulgada em breve.

Rogério Alves entregou relatório


Leão pergunta por Nuno Santos


Numa altura em que o mercado de
transferências domina as atenções, o
Sporting sondou a possibilidade Nuno
Santos, extremo do Rio Ave, no entanto
esse cenário afigura-se como muito
pouco provável. Apesar de o jogador de
25 anos, que completou recentemente
a sua terceira temporada em Vila do
Conde (chegou em 2017/2018 e tem
contrato com o emblema até 30 de
junho de 2023), ser do agrado dos
responsáveis verdes e brancos, o
montante envolvido num eventual
negócio não seria comportável para os

jExtremo do Rio Ave agrada,
mas investimento é incomportá-
vel para os cofres de Alvalade

cofres do clube de Alvalade. Em causa
estaria um preço muito elevado e, por isso
mesmo, proibitivo para o Sporting, que se
mantém numa situação delicada a nível
financeiro.

Nuno Santos tem contrato até 2023

VÍTOR GARCEZ/ASF
Nesse sentido, um investimento desta
dimensão não será para já equacionado,
embora na lista de reforços da
administração leonina estejam, de facto,
soluções para as alas.
Além de extremos, recorde-se, o
Sporting procura reforçar o plantel para
a próxima temporada com um guarda-
-redes — nomeadamente Antonio
Adán, do Atlético Madrid —, estando
ainda em negociações para fechar o
defesa-central marroquino dos
espanhóis do Bétis, Zouhair Feddal (as
conversações encontram-se presas
por detalhes neste momento), e para
garantir a aquisição do jovem Pedro
Porro, lateral-direito dos ingleses do
Manchester City.

Mais dívidas leoninas


para o tribunal resolver


Ardizzoni Consultoria pondera via jurídica para receber €300 mil de


Eduardo dFootball Capital já avançou reclamando €604 mil de Piccini


O


Conselho de Ad-
ministração do
Sporting acres-
centou à pe-
sada heran-
ça que recebeu da
administração ante-
rior mais algumas dí-
vidas, devido a essas
dificuldades financeiras
que recebeu, e também devido
à pandemia de Covid-19. Alguns
dos fornecedores que já avança-
ram para tribunal reclamando as
dívidas já foram tornados públicos,
apurou agora A BOLA que outro
também já avançou para via jurídi-
ca e outro ainda pondera avançar
proximamente: a Football Capital,
que esteve na transferência de Pic-
cini do Bétis para os leões em 2017,
e a Ardizzoni Consultoria Eireli, que
patrocinou a contratação de Eduar-
do Henrique, no verão passado, ao
Grémio de Porto Alegre — o médio
esteve em 2018/2019 emprestado
pelos brasileiros ao Belenenses.
Sobre a transferência de Piccini
no verão de 2017, a Football Capi-
tal reclama, pela intermediação na
operação, os €604 mil (mais juros)
que tem a receber, como aliás cons-
ta no último relatório e contas dos
leões, relativos ao terceiro trimes-
tre da temporada 2019/2020. Sabe
A BOLA que já em outubro de 2019
teve lugar a audiência prévia no

Tribunal Judicial da Comarca de
Lisboa, ficou marcada para 16 de
abril de 2020 a audiência final, que
no entanto só vai ter lugar no pró-
ximo mês, pois foi adiada devido à
pandemia.
Ainda relativamente ao lateral-
-direito italiano de 27 anos (tal como

noticiámos esta semana) mas pela
intermediação na transferência do
Sporting para o Valência em 2018,
reclama a Socas Investiment 800
mil euros (mais IVA e juros), rela-
tivos a 10 por cento dos €8 M que
os espanhóis tiveram de pagar
aos leões. O caso está no Juí-
zo Central Cível de Lisboa
desde dia 8 de julho, isto
depois da referida empre-
sa já ter antes avançado
para a justiça com pe-
dido de insolvência da
SAD leonina, ação que
perdeu em primeira instância e que
se encontra em recurso.
No caso de Eduardo Henrique,
médio de 25 anos que esta tempo-
rada fez 22 jogos pelos leões (tem
contrato até 2024), a dívida, à data
de 31 de março de 2020, conforme
inscrito no relatório do terceiro tri-
mestre de 2019/2020, ascende aos
300 mil euros, a que acrescem ju-
ros. O caso ainda não seguiu para
tribunal mas sabe A BOLA que a
Football Capital está a ponderar fa-
zê-lo nos próximos dias.
Já esta semana se soube que ou-
tras entidades avançaram para a via
jurídica, caso do Slovan Bratisla-
va, que reclama o pagamento da
segunda prestação da transferência
de Sporar para Alvalade, que está
em falta.
Voltando aos agentes e empresas
de intermediação, admitem os
leões, no relatório e contas, uma
dívida total de €22,3 milhões.

Por
NUNO RAPOSO

MONTAGEM A BOLA

Eduardo, 25 anos, e Piccini, de 27
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