A Bola - 20200802

(PepeLegal) #1

02 A BOLA


Domingo
2 de agosto de 2020

Quando dez jogadores


Taça de Portugal jFinal jÉpoca 2019/20 jEstádio Cidade de Coimbra, em Coimbra jSem espectadores j01-08-

Com dez contra onze,


o FC Porto equilibrou-se


e ganhou o jogo como


podia: nas bolas paradas


OS NÚMEROS OS NÚMEROS

COMO ACABOU
4x4x2iTática j5x3x

ÁRBITRO
AUXILIARES
4.ºÁRBITRO

DISCIPLINA
Cartão amarelo a Luís Diaz (9 e 38) e Alex Telles (90); Rú-
ben Dias (12), Jardel (44) e Vinícius (75)
Cartão vermelho a Luis Díaz (38)
O treinador Sèrgio Conceição foi expulso do banco aos
43’ após segundo amarelo; o diretor do futebol das
águias, Tiago Pinto, foi expulso aos 90+

GOLOS
0-1, por Mbemba (47); 0-2, por Mbemba (59); 1-2, por
Vinícius (84)

Artur Soares Dias 6 (AF Porto)
Rui Licínio e Paulo Soares
Manuel Mota

FC Porto


ta do desenho tático não deveria
haver tão marcante desequilíbrio,
mas a questão essencial estava na
diferente dinâmica e na intensi-
dade de jogo, com bola e sem bola,
onde o F C Porto conseguiu um
impressionante domínio.
Com melhores intérpretes e
mais capacidade competitiva, per-
cebeu-se, desde muito cedo, que
só por milagre o Benfica conse-
guiria vencer a final. É verdade que
conseguiu, perto dos vinte minu-
tos, maior equilíbrio, ganhando,
enfim, espaço para sair a jogar e
para trocar dois ou três passes se-
guidos, mas a ideia com que se fi-
cou é que o FC Porto tinha levan-
tado o pé, geria, agora, o esforço,
prescindia, assim, de atacar com a
mesma intensidade o início da fase
de construção do adversário.

A EXPULSÃO DE LUIS DÍAZ
Mas há momentos no futebol
que podem mudar o dia para a noi-
te. Perto dos 40 minutos, Luis Díaz
teve uma entrada desmiolada so-
bre André Almeida. Já tinha um
amarelo, mas o árbitro não podia
perdoar tal insensatez.
Luis Díaz poderia, assim, ter fi-
cado registado nesta final como o
homem que levara o FC Porto a
uma derrota improvável. O jogo, os
seus companheiros e, também, os
seus adversários, salvaram-no.
Jogar uma final apenas com dez,
num clássico entre rivais, deixa
sempre uma marca muito forte.
Valeu ao FC Porto a qualidade
dos seus jogadores, a sua versati-
lidade e a excelente leitura de Sér-
gio Conceição. Com menos um,
Corona foi para a direita, Otávio
veio mais para o flanco esquerdo,
Marega teve de se sacrificar ainda
mais em isolamento, mas a equi-
pa ficou arrumada e equilibrada.

A DECISÃO NAS BOLAS PARADAS
Faltava encontrar, nestas con-
dições, uma forma de marcar go-
los ao Benfica e de vencer a final.
Com muito trabalho na execução

O


futebol tem destes sor-
tilégios. Dez podem ser
mais do que onze. Uma
impossibilidade aritmé-
tica e, no entanto, uma
probabilidade desportiva de um
jogo que nem sempre se lê por li-
nhas direitas. Veja-se o exemplo
desta final da Taça de Portugal. Tão
atípica, tão pouco expectável. Por
todas as vicissitudes conhecidas,
mas, mais ainda, pela história es-
tranha que nos proporcionou.
Vitória do FC Porto, que faz a
desejada dobradinha, depois de
um campeonato em que mandou
com a autoridade, por um lado,
conquistada pela própria equipa;
por outro, pela autoridade que lhe
foi oferecida por um Benfica desis-
tente, indolente, ineficaz.
Poderá dizer-se que o FC Por-
to provou e comprovou, agora, em
Coimbra, ser melhor. Por ter me-
lhores jogadores, por ter uma equi-
pa mais consolidada, mais madu-
ra, mais eficiente e, não menos
importante, por querer mais, por
lutar mais, por impôr a um adver-
sário psicologicamente frágil algo
que é fundamental para quem quer
ganhar: convicção e confiança.


MELHOR PORTO A ABRIR
O primeiro quarto de hora de
jogo trouxe-nos um FC Porto ex-
pectável, apenas com Marega como
ponta de lança único, móvel em
toda a frente de ataque, apoiado
por um meio campo versátil e in-
tenso, aproveitando o mais possí-
vel o seu flanco direito, com Otá-
vio e Corona muito ativos, fazendo
uma imediata demonstração de
poder ofensivo perante um des-
norteado flanco esquerdo do Ben-
fica, a viver em absoluta aflição.
Curiosamente, do ponto de vis-


Por
VÍTOR SERPA

Impressionante diferença, no primeiro quarto de hora, na intensidade de jogo com bola e sem bola dLuis Díaz podia ter


ficado no lado negro da História, mas foi salvo pelo jogo dSó com a entrada de Jota o Benfica conseguiu desequilíbrios


POSSE
DE BOLA 41%
PONTAPÉS
DE CANTO^6
FA LTA S
COMETIDAS^18

REMATES 5


REMATES
PERIGOSOS^3
FORAS-DE-
-JOGO^0

59%


4


19


12


3


0


Nelson Veríssimo foi
atento e decidido na
entrada de Rafa. O jogo, porém,
viria a traí-lo. Esteve bem na
entrada de Taarabt e, sobretudo,
de Jota, mas em face do
bloqueio da equipa, deveria ter
feito mais cedo essa mudança.
Com Dyego e Vinícius é que
nada melhorou. Indigentes!

Aquela tão tardia


entrada de Jota...


j


O FC Porto defendeu
muito e perdeu o tempo
que o árbitro lhe consentiu
perder. Estava com dez e a
ganhar numa final, não se
esperaria outra coisa. Sérgio
muito bem a mexer na equipa,
No banco e... na bancada.
Chegou a ser preciso um
autocarro? Sem complexos!

Um belo autocarro


sem complexos


j


NÃO UTILIZADOS
Marchesín (32),Romário
Baró (8), Soares (29),
João Mário (57) e Vítor
Ferreira (77)

SÉRGIO CONCEIÇÃO

TÁTICA
j4x3x

8


NÉLSON VERÍSSIMO

TREINADOR
POSSE
DE BOLA
PONTAPÉS
DE CANTO
FA LTA S
COMETIDAS

REMATES

REMATES
PERIGOSOS
FORAS-DE-
-JOGO

TREINADOR

5


NÃO UTILIZADOS
Svilar (1), Tomás Tavares
(84), Ferro (97) e Flo-
rentino (61)

TÁTICA
j4x4x

0

1 2


PONTOS ABOLA DE 0 A 10

Benfica


INTERVALOAO
0

O FC Porto impôs-se


porque tem melhores


jogadores e mais fortes


psicologicamente


TAÇA DE PORTUGAL jBENFICA-FC PORTO


Futebol


(^11) Cervi 5 (int.)
j 27 Rafa
Silva 5
99
Vlachodimos
4
14
Seferovic
5 (76’) j 20
D. Sousa 3
71
Nuno
Tavares
3
33
c Jardel
5
6
Rúben
Dias
5
34
André
Almeida
6
8
Gabriel
4
28
Weigl
5 (61’) j 95
Vinícius 5
(^21) Pizzi
4 (76’) j 73
Jota 6
19
Chiquinho
4 (61’) j 49
Taarabt 5
Vlachodimos
Nuno
Tava re s
Jardel
Rúben
Dias
André
Almeida
Rafa Silva
Taarabt
Gabriel
Jota
Carlos
Vinícius
Dyego
Sousa
31
Diogo Costa
6
11
Marega
7
18
Manafá
7
7
Luis Díaz
3
19
Mbemba
8
3
Pepe c
7
13
Alex Telles
7
22
Danilo
7
16
Uribe 7 (87’)
j 15 Loum -
25
Otávio 7
(72’) j 4 Diogo
Leite 4
17
Corona 7 (79’)
j 27 Sérgio
Oliveira 5
Diogo
Costa
Manafá
Diogo
Leite
Pepe
Mbemba
Loum
Danilo
Sérgio
Oliveira
Alex Telles
Marega

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