A Bola - 20200814

(PepeLegal) #1

18 A BOLA


Sexta-feira
14 de agosto de 2020

JULIAN
NAGELSMANN
Treinador
do RB Leipzig

UM PLANO PARA O PSG


É verdade que não criámos
muitas oportunidades na primeira
parte, mas defendemos bem. É difícil
construir frente a uma equipa como o
Atlético, a diferença esteve na nossa
eficácia. Hoje [ontem] estou feliz,
amanhã [hoje] vou pensar no PSG, mas
já tenho um plano...

DIEGO
SIMEONE
Treinador
do Atl. Madrid

DEMOS TUDO


Sentimos muita dificuldade em
ganhar os duelos individuais, eles
foram mais rápidos. Demos tudo em
campo, tocou-nos a nós perder.
Vamos levantar a cabeça e preparar a
próxima época. Não conseguimos
jogar como queríamos. Felicito o
adversário, um justo vencedor

LIGA DOS CAMPEÕES jRB LEIPZIG-ATL. MADRID


Futebol internacional


YUSSUF POULSEN
Avançado do RB Leipzig

f


Antigo ‘keeper’ no papel de comentador

j


LLUIS GENE/AFP

Cheguei [ao RB Leipzig,


em 2013] para jogar


na III divisão. Tem sido


uma viagem incrível


MIGUEL A. LOPES/AP

Médio norte-americano de 21 anos, Tyler Adams remata para o golo da vitória dos alemães

Por
NUNO SARAIVA SANTOS

res da Europa, tem grandes joga-
dores, mas acredito que temos pos-
sibilidades de chegar à final.»
Também o capitão de equipa, o
avançado dinamarquês Yussuf
Poulsen. 26 anos, reconheceu que
a equipa vive um «momento fan-
tástico» e que nunca pensou estar
nas meias da Champions: «Quan-
do cheguei [em 2013] comecei a
jogar na III divisão. Tem sido uma
viagem realmente incrível.»
Já a viagem do Atl. Madrid nes-
ta edição da Champions chegou ao
fim na cidade onde em 2014 per-
deu a final da prova frente ao Real.
«O RB Leipzig foi melhor, temos
de lhes dar os parabéns e refletir
sobre a nossa exibição. O golo do
Félix deu-nos ânimo», afirmou
Koke, médio de 28 anos.
Também Saúl Ñíguez, médio de
25 anos, falou sobre o jogo que co-
locou ponto final à série colchone-
ra de 18 jogos sem derrotas: «Fo-
ram superiores em várias fases da
partida, tiveram muito mérito, pa-
rabéns pelo apuramento. Foi uma
época muito difícil.»

C

OM 11 anos de existên-
cia, o RB (iniciais de Ra-
senBallSport) Leipzig
tornou-se no clube mais
novo a apurar-se para as
meias-finais da Champions, su-
perando o Estrela Vermelha (12).
Fundado a 19 de maio de 2009,
começou na quinta divisão alemã,
em 2010 subiu à quarta, em 2013 à
terceira, em 2014 à segunda e em
2016 à Bundesliga, sendo vice-
-campeão nacional em 2017. Ago-
ra, em 2020, está nas meias da pro-
va europeia mais importante de
clubes do velho continente! É, ain-
da, o 32.º clube a chegar à penúl-
tima fase da competição.
E se lá chegou deve-o, em gran-
de parte, ao golo de Tyler Adams
nos instantes finais do encontro.
«É uma enorme alegria. Não
sou um marcador de golos, mas
este foi muito importante. Sabemos
que o PSG é uma grande equipa, vi-
mos o que fez contra a Atalanta.
Agora vamos descansar, recuperar
fisicamente e trabalhar o plano de
jogo para a meia-final. Estamos
confiantes, como mostrámos hoje
[ontem]», afirmou o médio norte-
-americano de 21 anos.
Considerado pela UEFA o me-
lhor em campo, o central Dayot
Upamecano, francês de 21 anos,
estava, também, radiante: «Esta-
mos nas meias-finais, é claro que
estou muito feliz. O PSG é a melhor
equipa francesa e uma das melho-


PETER SCHMEICHEL/INSTAGRAM

Noite histórica do RB Leipzig


Clube está pela primeira vez nas ‘meias’ e com 11 anos é o mais novo de sempre a lá chegar


dTyler Adams e Upamecano já pensam no PSG dResultado justo para Koke e Saúl Ñíguez


A nova era de...


tranquilidade


Não eram mais de três dezenas,
mas eram todos afetos ao Atlético.
Esperaram pacientemente que o
autocarro dos colchoneros
chegasse a Alvalade, soltaram uns
tímidos vivas e desmobilizaram.

João Félix


para a história


João Félix tornou-se ontem no
mais jovem jogador do Atlético a
marcar numa fase a eliminar da
Champions. Com 20 anos e nove
meses, superou nomes como Saúl
Ñíguez, Koke, Ferreira Carrasco
ou Giménez.

Jejum de Costa


está para durar


Definitivamente, Diego Costa não se
dá bem com alemães. Com o desafio
de ontem, o internacional espanhol
já defrontou equipas germânicas em
oito ocasiões e o registo é
absolutamente demolidor: zero
golos! Ficou, pelo menos, a
combinação com Félix no penálti.

SUSTO. Savic e Halstenberg, dois ossos muito duros de roer, discutiram uma bola a
meio campo e imediatamente caíram no relvado. No estádio vazio, ouviram-se bem os
gritos de ambos. Ficou pior o montenegrino do Atlético, que acabou a primeira parte
entrapado mas voltou como novo para a segunda metade. Antes não tivesse voltado,
pensarão, agora, os adeptos ‘colchoneros’

O regresso


de Schmeichel


Peter Schmeichel, guarda-redes
dinamarquês que representou o
Sporting entre 1999 e 2001 — na
sua primeira época em Alvalade
conquistou o título e a Supertaça
Cândido de Oliveira —, está em
Portugal para comentar os jogos
decisivos da Champions para a
CBS Sports. Ontem, sorridente,
registou, num vídeo nas redes
sociais, o momento ao lado de
Alex Scott, um renomado nome da
televisão. Schmeichel, recorde-se,
ganhou a Liga dos Campeões em
1998/1999 com a camisola do
Manchester United na memorável
final de Camp Nou com o Bayern.

E já se discute o fim de uma era...


jDerrota frente ao RB Leipzig
colocou a nu fragilidades que há
muito não se viam no Atlético

O Atlético procurava a sua 7.ª pre-
sença numa meia-final da Cham-
pions, a quarta com Simeone. Os
colchoneros não eram eliminados por
alemães desde outubro de 1979 —
caíram, então, aos pés do Dínamo de
Dresden —, tendo-os suplantado
sempre nas seguintes oito elimina-
tórias até à de ontem: foi assim com
o Bayer Uerdingen (1986), Werder
Bremen (1986), Wolfsburgo (1999),
Schalke (2008), Hannover (2012),
Leverkusen (2015), Bayern (2016) e,
novamente, Leverkusen (2017). O
que ontem parecia um sonho, trans-
formou-se num pesadelo. A derro-

ta colocou a nu fragilidades que há
muito não se viam nos rojiblancos e
sublinhou uma época que acaba por
ser para esquecer.
Em Espanha começa já a questio-
nar-se se o jogo de Alvalade, onde o
Atléti teima em não vencer — perdeu
com o Sporting, por 0-1, em
2017/2018, e empatou a dois em
2009/2010, se bem que esses resul-
tados acabaram por lhe ser favoráveis
no conjunto das duas mãos —, não
terá começado a marcar o fim de uma
era. A era de Simeone, exemplo de
longevidade no clube onde chegou
em 2011. É verdade que o argentino
deu um pedigree europeu ao clube —
venceu duas Ligas Europa e duas Su-
pertaças Europeias — mas ficou sem-
pre aquém no troféu mais desejado.
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