Record - 20200826

(PepeLegal) #1
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26 de agosto de 2020

çConsegue prometer que ha-
verá menos erros de arbitra-
gem na próxima época?
José Fontelas Gomes – Prometo
trabalho, empenho e profissio-
nalismo da parte dos árbitros e
do Conselho de Arbitragem
(CA). Se possível, sem cometer
erros.
+ Os clubes pagam centenas de
milhares de euros em multas
por causa de declarações sobre
arbitragem. As multas chegam?
Ou os valores das multas, que se
mantêm neste Regulamento
Disciplinar, chegam?
JFG – Pelos vistos, tem havido
uma continuidade de críticas e
de gente a falar mal da arbitra-
gem. Aquilo que são críticas que
nós entendemos que não são as
mais corretas, enviamos ao
Conselho de Disciplina (CD),
seja de que clube for. Se as mul-
tas são suficientes ou não... se
calhar tem de haver uma mu-
dança de mentalidade para que
não precisemos de ter multas.
Aquilo com que podem contar
da minha parte é a defesa da

honra e seriedade do meu grupo
de árbitros. Sempre que forem
ultrapassados os limites, envia-
remos para o CD, tal como fize-
mos ao longo destes quatro anos


  • pelos vistos bem, porque mes-
    mo chegando ao Supremo temos
    ganhado essas queixas.



  • Até que ponto é que os árbi-
    tros são condicionados por crí-
    ticas de clubes e adeptos?
    JFG – No momento em que um
    árbitro ouve esse tipo de críticas,
    mexe com ele. É normal para to-
    das as pessoas. Mas a partir do
    momento em que entra para um
    terreno de jogo – e sei que muita
    gente não acredita nisto –, um
    árbitro deixa de pensar no que
    passou essa semana. Ao entrar
    para dentro de campo, alheia-se
    de tudo o que está à volta.

  • Tem a certeza disso? O pró-
    prio CA faz a gestão das nomea-
    ções e evita colocar um árbitro
    num jogo em que esteja um clu-
    be que o tenha atacado recente-
    mente.
    JFG – Essa gestão não é assim
    tão linear. Houve ataques a ár-
    bitros e eles fizeram o jogo des-


E


E
ENTREVISTA

Na primeira entrevista após a reeleição, o presidente do Conselho de Arbitragem faz um


balanço dos quatro anos já cumpridos e antecipa os quatro que aí vêm. Pelo meio, fala


sobre todos os temas – mais ou menos polémicos – que têm marcado a vida do sector


“EM RELAÇÃO À ÉPOCA
PASSADA, HOUVE UMA
DIMINUIÇÃO DE ERROS COM
INTERFERÊNCIA NO RESULTADO”

SÉRGIO KRITHINAS

JOSÉ


FONTELAS


GOMES


ENTREVISTA JOSÉ FONTELAS GOMES


MIGUEL BARREIRA

“FOI UMA ÉPOCA


POSITIVA PARA


A ARBITRAGEM”


truir. Tudo aquilo que seja para
melhorar o ambiente do futebol
português, em torno das equi-
pas de arbitragem, é benéfico.
+ A última época foi global-
mente menos ruidosa em críti-
cas aos árbitros do que a ante-
rior. Houve menos erros?
JFG – O que se calhar ajudou à
redução do ruído foi a pande-
mia, porque interrompeu o
campeonato numa fase decisiva.
Em relação a dados, na altura
certa iremos divulgar. Essa aná-
lise está feita, serve principal-
mente para a nossa melhoria,
para o trabalho com os árbitros.
Nunca me viram expor os erros
ou as boas decisões...
+ Não lhe estou a perguntar
quais foram os erros, apenas se
o número total foi inferior ou
superior.
JFG – Em relação à época passa-
da, do nosso ponto de vista,
houve uma diminuição de erros
com interferência no resultado.
Aliás, a análise do Record [Liga
da Verdade] tem menos jogos do
que na época passada. Acabou
por ser uma época positiva para
a arbitragem. *

sa equipa logo no fim de semana
seguinte. Tudo depende do que
é o momento do próprio árbi-
tro, o que aconteceu no jogo
anterior, o que está planeado

para o futuro das nomeações...
Às vezes, a proteção do árbitro é
colocá-lo no jogo do clube que o
atacou.
+ Como vê o fim de alguns pro-

gramas televisivos de debate
entre adeptos?
JFG – Pouco ou nada vejo desse
tipo de programas. Gosto de ver
programas que ajudam a cons-
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