SETEMBRO 2020. EXAME. 43
tor. Até lá, a dona de marcas como Oikos,
Actimel ou Activia continua empenhada
em manter a trabalhar todos os 200 fun-
cionários que tem em Portugal, ao mesmo
tempo que procura perceber, com uma
task force interna, quem serão os seus
consumidores no pós-Covid-19.
As primeiras tendências já
podem ser lidas. À semelhança
do que aconteceu na última cri-
se económica e financei-
ra, a expectativa é que os
clientes venham, uma vez
mais, a preferir produtos
que combinem o máxi-
mo valor disponível ao
mais baixo preço pos-
sível. E que comprem
menos unidades de cada
vez que se deslocarem ao supermercado
- em particular, as pessoas que tiverem
o seu rendimento afetado neste período.
Mas o facto de esta crise ter uma verten-
te sanitária, que fez muitos repensarem e
alterarem os seus hábitos alimentares e
sedendários, também pode criar oportu-
nidades para produtos com atributos de
bem-estar, segmento em que a empresa
está presente. “As pessoas vão estar dis-
postas a pagar um pouco mais para ter
esse benefício de saúde”, acredita.
PANDEMIA ADIA LANÇAMENTOS
Durante o período em que deflagrou o
contágio pelo novo coronavírus, não fo-
ram só as vendas que ficaram em sus-
penso: também o lançamento de novos
produtos entrou em modo de espera. Para
O País merece ter
as suas marcas,
a sua comunicação.
Não estamos
a gerir Portugal
desde Barcelona
ou Madrid, todo
o marketing
está cá”
Ludovic Reysset
Country manager Danone em Portugal
> 1989
Danone compra 70% da fábrica da Iophil
em Castelo Branco à Progurtes-Produto-
ra de Iogurtes, S.A., de Luís Gomes Filipe
> 1991
Ampliação das instalações da unidade
fabril e lançamento de novos produtos
no País
> 2011
Anúncio de criação, em Castelo Branco,
de um centro de inovação europeu em
iogurte líquido. Em 2009, a unidade tinha
seis linhas de enchimento para iogurtes
> 2013
Danone cessa produção direta em
Portugal, com a venda da fábrica de
Castelo Branco à norte-americana
Schreiber Foods
> 2018
Danone Portugal S.A. fatura 118 milhões
de euros e lucra 9,9 milhões. Hoje,
emprega 200 pessoas
TRÊS DÉCADAS
EM PORTUGAL
Danone entrou no País
comprando uma fábrica, que
vendeu durante a crise da Troika
Salta a tampa
Em Portugal, um mercado que a Danone diz ser muito
“líquido” numa alusão à preferência por iogurtes em
garrafa, a empresa quer acabar com 150 milhões de tampas
de plástico destes recipientes, num esforço ambiental
D.R.