Exame - Portugal - Edição 437 (2020-09)

(Antfer) #1

Micro



  1. EXAME. SETEMBRO 2020


recuperar do atraso, a empresa fez chegar,
durante os meses de junho e julho, uma
nova referência a cada dois a três dias aos
lineares dos hipermercados. A estratégia
deverá permitir cumprir a média de cerca
de 40 novas variedades de produtos lan-
çados por ano. Reysset confia que é com
esta oferta diferenciada que se garante a
manutenção da quota de mercado, es-
sencial num ambiente em que, além da
concorrência clássica, é preciso contornar
hábitos de consumo em mudança e novos
produtos que competem pelo mesmo mo-
mento de fruição com os lácteos frescos.
Algumas dessas inovações começam o
seu percurso em Portugal, onde está ba-
seada uma equipa de marketing própria.
“O País merece ter as suas marcas, a sua
comunicação. Não estamos a gerir Portu-
gal desde Barcelona ou Madrid”, afiança
o country manager. Foi daqui que saíram
edições tão limitadas como inesperadas,
como os Oikos Pastel de Nata ou Bola de
Berlim, ou a gama Juntos, destinada a
ajudar famílias carenciadas e lançada em
tempo recorde – menos de quatro meses,


quando o tempo normal para o desenvol-
vimento de um produto semelhante oscila
entre seis meses e um ano.
Outras novidades, como alguns sabo-
res da Oikos (marca que gera 20% das re-
ceitas), são primeiro testadas deste lado
da fronteira para, depois, darem o salto
para as prateleiras em Espanha, onde se
produzem 70% dos iogurtes da Danone
vendidos no País (em Portugal, a produ-
ção não passa dos 20% e é assegurada pela
Schreiber, que há alguns anos comprou
a fábrica da Danone em Castelo Branco).
Mas se há produtos que ascendem ra-
pidamente ao pódio dos mais vendidos


  • como o iogurte nutricional YoPro, lan-
    çado há dois anos e que está, nas palavras
    do responsável, a “bombar” em Portugal
    –, nem todos os lançamentos e esforços
    promocionais funcionam tão bem como
    esperado, tal como aconteceu no ano pas-
    sado, com o relançamento do DanUp e a
    campanha Corpos Danone. “Ser muito
    agressivo nas inovações gera investimen-
    to e, às vezes, perdas. Mas é o que nos dá
    essa liderança”, sustenta o responsável. E


98%
Vendas
Quase tudo o que a Danone fatura em
Portugal é vendido no retalho. O out-of-
-home e o canal Horeca são residuais

€115


MILHÕES
Faturação
As vendas da Danone Portugal
recuaram em 2019. A unidade
de iogurtes representa a maior parte
do negócio, gerando €110 milhões

REGRESSO
EM TEMPO
DE (NOVA) CRISE

>NOME
Ludovic Reysset, country manager
da Danone em Portugal

>ACADEMIA
Master em vendas e marketing pela
francesa ESCEM e master of science
em marketing pelo Berkeley College

>CARREIRA
Passou a maior parte do seu percurso
profissional (14 anos) na Europa. Está na
Danone desde 1997, tendo começado
por trabalhar nesta empresa na América
Latina. Chegou em janeiro de Paris, onde
ocupava o cargo de diretor comercial
global, para liderar a operação nacional da
Danone. Esta é a terceira vez que desem-
penha funções na empresa em Portugal
e, de novo, em cenário de crise económi-
ca. Tinha estado no País entre 2011 e 2014,
coincidindo com os anos do resgate da
Troika e da crise das dívidas soberanas
D.R.
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