Clipping Banco Central (2020-09-16)

(Antfer) #1

Oração de Rui Barbosa


Banco Central do Brasil

Folha de S. Paulo/Nacional - Tendência e Debates
quarta-feira, 16 de setembro de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Déficit

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Autor: Letícia Dornelles


A maioria quer trabalhar em paz, mas quem divulga o
bem?


Muito prazer. Sou a mãe do Patrick, de 10 anos.
Jornalista, escritora com 14 livros em quatro idiomas,
novelista (Globo, SBT, Record, Televisa México e TV
turca). Cursos de gestão pública e especialização em
combate à corrupção. Há um ano, presidente da
Fundação Casa de Rui Barbosa, do Ministério do
Turismo.


Coloquei servidores em casa no dia 17 de março, dia de
Saint Patrick. Minhas portarias de trabalho remoto
serviram de guia para outros órgãos. Não usei o direito,
apesar do filho menor, que não tem pai vivo e depende
de mim. Patrick tem orgulho do meu trabalho e é quem
me faz resistir às maldades, injustiças, calúnias,
difamações, ameaças de morte.


Patrick foi ofendido por um servidor que gravou uma
"live" na fundação. Criança ridicularizada. Para atacar a
mãe, atinge o filho. Covarde. Atacou o presidente Jair


Bolsonaro, contra a lei 8.112, que rege a conduta de
servidores. Humilha criança. Abismo moral entre nós.

Números. Orçamento, R$ 6 milhões. Déficit, R$ 900
mil. Cortei o que pude. Cheguei a R$ 570 mil. Pedi
socorro. O ministro Marcelo Álvaro Antônio foi sensível.
Obtive mais R$ 3 milhões para melhorias. Contratei
inédita brigada de incêndio. Vou reformar o setor
elétrico. Digitalizar a biblioteca, com 37 mil itens.
Digitalizar o acervo do arquivo-museu: Carlos
Drummond de Andrade, Clarice Lispector. Reformar o
museu, que corre risco de desabar. Construir um prédio
para os acervos, que estão em condições precárias.
Quando chove, corremos com baldes para proteger.
Houve processo para extinguir a fundação. Deixar
apenas o museu. Consegui o arquivamento. Tive nas
mãos o destino de alguns que me caluniam. Sou
honesta.

Esses fatos não saem na mídia. Brigada de incêndio?
Não. Preferem incendiar. Publicar calúnias plantadas
por militantes. Eu teria vergonha. Penso no personagem
de novela que fofoca no portão. Nunca é o protagonista,
o que brilha. É sempre o ninguém. A maioria quer
trabalhar em paz. Mas quem divulga o bem?

Há quem produza conteúdo de qualidade. Outros, não.
Ex-presidentes atestam, como Manolo Florentino e
Wanderley Guilherme dos Santos (1935-2019), este no
jornal O Globo, em 2013: "O Centro de Pesquisas,
embora o mais preservado de todos os grupos, que vive
em permanente demanda por regalias, resistente a toda
pressão por compromissos de trabalho, e escondendo-
se por trás de mortos ilustres, (...) revela produtividade
medíocre e, em certos casos, nula. (...) [E nada melhor
que] Uma auditoria externa de produtividade que
consiga explicar, entre vários outros enigmas, como um
pesquisador em ciência e tecnologia chega ao topo da
carreira sem jamais haver concluído e publicado uma
pesquisa. É a desmoralização paradigmática de uma
profissão".

O patrono. Certa vez, Rui Barbosa não pôde
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