A tarefa do Tarcísio seria costurar com as companhias aéreas uma logística
mínima para viabilizar a chegada do material. Conversando sobre isso com
ele, tive a ideia de convidá-lo para fazer parte do projeto do hospital de
campanha de Águas Lindas, em Goiás, cidade vizinha a Brasília. No entorno
da capital federal não há grandes hospitais, e o governador de Goiás, Ronaldo
Caiado, estava preocupado porque a primeira morte no estado havia sido
numa cidade do entorno de Brasília. Por isso se justificava que montássemos
um hospital de campanha do governo federal para atender a região.
Estudamos como iríamos executá-lo.
Ficou decidido que o Ministério da Saúde arcaria com a estrutura,
incluindo rede hidráulica, camas e oxigênio, e o governador de Goiás cederia
os profissionais de saúde, limpeza e segurança e operacionalizaria o hospital.
Foi esse o trato. O projeto foi anunciado oficialmente no dia 7 de abril,
quando eu já estava discutindo a planta com um engenheiro hospitalar.
Minha ideia era que o hospital ocupasse a área de um campo de futebol.
São Paulo já tinha feito um hospital de campanha no estádio do Pacaembu
que achei que poderia servir de modelo. Como praticamente todas as cidades
do Brasil têm um campo de futebol, se a gente fizesse um projeto com esta
mesma medida poderíamos instalar um hospital de campanha em qualquer
lugar. E os campos de futebol geralmente têm boas instalações elétricas, por
causa das torres de iluminação, e uma estrutura hidráulica eficiente para
comportar banheiros e vestiários. A parte da arquibancada poderia ser
aproveitada para guardar material, fazer alojamentos. Além disso, o terreno
tem que ser nivelado por causa do campo, mas depois da utilização o dano é
pequeno. O gramado sofre, mas é perfeitamente possível de ser replantado.
Eu falei com o Tarcísio e ele achou a ideia boa. Procurou a equipe que
montou o hospital de campanha do Pacaembu para pegar as referências, os
custos. Ele queria muito mostrar eficiência para o Bolsonaro.
antfer
(Antfer)
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