Luiz Henrique Mandeta - Um Paciente Chamado Brasil

(Antfer) #1

longas lutas no SUS, psicóloga especializada em saúde pública; e Jacson
Venâncio de Barros no DataSUS, oriundo do Hospital das Clínicas da USP.
Enfim, a melhor equipe técnica da história do Ministério da Saúde.
Trabalhar com eles e com os técnicos de carreira do ministério foi prazeroso
e desafiador.
O ministério que recebemos vinha de inúmeras composições políticas e era
bastante fragmentado. Fazê-los trabalhar em harmonia e dar-lhes uma visão
horizontal era meu grande desafio. Tínhamos reuniões semanais todas as
segundas-feiras e o clima era sempre de muita participação. Todos tinham
personalidade forte, e eu os induzia a dar o melhor de si para o grande desafio
de transformar o sistema com rapidez.
Em 2019, trabalhamos arduamente e em silêncio. Eu evitava toda e
qualquer aparição pública ou entrevistas que não fossem eminentemente
técnicas. A atenção primária foi nossa prioridade absoluta no primeiro ano.
Demos os seis passos programados, todos estruturados, para transformar o
nosso SUS. O primeiro foi a criação da Secretaria de Atenção Primária à
Saúde. Era a primeira vez que a promoção e a prevenção de doenças tinham
uma secretaria vocacionada para elas. A equipe era toda nova e chegou com
muita energia. O vínculo com as secretarias municipais ficou mais estreito, e
as cidades começaram a sentir que o ministério olhava para cada uma delas.
A seguir, veio o programa Saúde na Hora, que aumentava o tempo de
abertura das unidades municipais de saúde, ampliando, assim, o acesso à
classe trabalhadora, e dando autonomia aos gestores municipais para
organizar o melhor modelo de atendimento com até seis equipes de Saúde da
Família por unidade, garantindo um custeio que não onerasse ainda mais as
cidades.
O terceiro passo foi a aprovação do programa Médicos pelo Brasil, uma
agência para selecionar profissionais por concurso, capacitar os médicos em

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