ligou para dizer que iria acrescentar a Itália como um dos países que
mereciam monitoramento em razão das informações publicadas pelo
Ministério da Saúde deles nos últimos dias. Na imprensa, as imagens do
navio de cruzeiro quarentenado no Japão^3 já competiam com as dos bloqueios
da polícia na região da Lombardia, no norte italiano, e as do Carnaval
brasileiro. Wanderson fez o registro às cinco horas da tarde, horário de
Brasília. Às sete horas da noite, um brasileiro vindo da Lombardia deu
entrada no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. A suspeita era
justamente o novo coronavírus.
O homem que foi para o hospital com os sintomas da nova doença tinha 61
anos e morava na capital paulista. Tinha chegado da Itália justamente na
sexta-feira de Carnaval. Foi recebido pela esposa no aeroporto de Cumbica,
em Guarulhos, e seguiu para casa, de onde não saiu durante o final de
semana. Mas no domingo ele organizou um almoço para a família. Trinta e
dois parentes compareceram. Na segunda-feira, ele se sentiu mal, teve febre e
reclamou de mal-estar. Foi quando procurou ajuda médica. No dia seguinte à
internação, o material para teste foi coletado e enviado para o centro de
diagnósticos Fleury, em São Paulo. O teste deu positivo. O resultado
atestando o novo coronavírus saiu por volta das três da tarde.
Recebi a notícia do Gabbardo, o secretário-executivo do ministério. Notei
que havia mais de vinte chamadas de um número de Brasília registradas no
meu telefone e quando retornei a ligação ele atendeu dizendo: “Temos o
primeiro caso”. Arrumei as malas para voltar para Brasília no dia seguinte.
Assim que saiu o resultado positivo para o novo coronavírus no
Laboratório Fleury, o paciente foi orientado a ficar em isolamento familiar,
assim como todas as pessoas que tiveram contato com ele e aquelas que
tiveram contato com essas pessoas também. A vigilância de São Paulo fez
rapidamente todo o procedimento de bloqueio. O Fleury, apesar de ser um
antfer
(Antfer)
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