Aero Magazine - Edição 317 (2020-10)

(Antfer) #1
NE 317

ENTREVISTA


POR | GIULIANO AGMONT


TÁ X I -A É R EO


POR APLICATIVO


Como a Fly Adam pretende popularizar


a aviação de negócios no Brasil


F


ilhodeumengenhei-
romecânico,Daniel
RicardoFigueiredoDiniz
começousuarelaçãocom
o mundodatecnologia
quandoganhoudopaiumcom-
putadorpessoal,aindaadolescente,
nosanos1990.Nascidoe criadoem
BeloHorizonte,capitaldeMinas
Gerais,já trabalhavacomoprogra-
madorantesdecompletar 18 anos
deidade.Moroue estudounaIngla-
terrae, navoltaaoBrasil,montou
suaprimeirastartup. Tambémse
formouemMarketinge frequentou
faculdadedeComputação.Como
tempo,tornou-seumtecnologista
especializadonacriaçãodeempre-
sasdigitais.Entreseusprojetosmais
bem-sucedidosestáumaplicativo
capazdegerenciaro controlede
pontodeumacompanhia.Em2019,
surgiua ideiadeatuarnomercado
deaviaçãodenegócios,desenvol-
vendoumaferramentavoltadapara
o fretamentodevoos.Assimnasceu
a FlyAdam,umaplataformavirtual
demobilidadeaérea.Nestaentre-
vista,DanielDiniz,CEOdastartup,
explicacomopretendepromover
umaprofundatransformaçãodigital
nomercadodevoosexecutivos.

Porqueo mercado
deaviaçãodenegócios?
Identifiquei uma lacuna nesse
mercado falando com o pessoal
da Framework, uma fábrica

desoftware. Elesjá tinham
experiênciaeminovaçãonaárea
deaviação,inclusivecoma FAB
(ForçaAéreaBrasileira),e acaba-
ramsetornandosóciosdoproje-
todepoisderealizarmosalguns
estudospreliminares.Oque
maischamouminhaatençãoé
que,apesardetermosa segunda
maiorfrotamundialdeaviação
geral,comcercade 120 táxis-aé-
reosespalhadospelopaís,quase
ninguémconheceessaoperação,
háumamísticaemtornodela.
Sãonúmerossuperlativosemum
mercadoinvisível,quenãoapa-
rece.Porquenuncapegueium
aviãodepequenoporteouum
helicóptero?Issomeintrigou.
Havia(eaindahá)muitoativo
imobilizado.

Comonasceuo projeto?
Os sócios se reuniram e decidi-
mos trabalhar em um software
correspondente a esses que
existem nos mercados de hos-
pedagem ou passagens aéreas,
mas voltado para a aviação de
negócios. A ideia era fazer uma
intermediação entre os passagei-
ros e os operadores. Até então, os
passageiros tinham como opção
os brokers ou o contato direto
com os táxis-aéreos, com uma
ou outra experiência na área
digital. Então comecei a pedir
propostas para as empresas para

saber o preço de um voo, por
exemplo,deBHparaCuritiba.

Oquedescobriu?
Uma operadora demorava sete
dias para me mandar uma pro-
posta. Outras demoravam três
dias. Algumas me respondiam
na hora. Chegavam propostas
de 30, 40, 50, 60, 70 mil reais
para uma mesma rota... achei
muito estranho, os preços
variavam muito! Então, pensei:
‘Preciso entender essa dinâ-
mica e saber como esses caras
formam o preço’. Meu sócio deu
uma ideia, explicando que é
preciso considerar a aeronave,
a quilometragem, o número de
passageiros, o tempo de voo, o
consumo de combustível con-
forme a quilometragem e assim
por diante. Mas fui ao mercado
e acabei descobrindo com o
pessoal do SNETA (Sindicato
Nacional das Empresas de Táxi-
-Aéreo) que os operadores já
pediam uma plataforma para
vendermelhorseusvoos.

Issodeveterfacilitado
seutrabalho.
Sim, passamos a trabalhar em
um software capaz de forne-
cer o preço do táxi-aéreo em
tempo real para o passageiro.
Chegamos, então, ao chamado
marketplace (um sistema cola-

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