Viaje Mais - Edição 196 (2017-09)

(Antfer) #1

E um detalhe crucial: precisa levar
mais carne do que molho. A receita é
tão valiosa que o manuscrito original
que a descreve está guardado com
DÀQFRQD&kPDUDGR&RPpUFLRSUp-
dio do século 14 no centro antigo.
Bolonha ganhou alguns apelidos
representativos, entre eles, La Grassa
( A Gorda), por conta da gastrono-
mia, e La Rossa (A Vermelha), por
conta dos prédios medievais com
todos os tons possíveis entre o ver-
melho e o rosa, recortados por cor-
redores quilométricos de pórticos.
Os caminhos costumam levar à


Piazza Maggiore, projetada no sécu-
lo 16 para ser o ponto de encontro
da população, uma ideia que, a de-
pender da ferveção às sextas e aos
sábados, deu certo e perdura 500
anos depois. O agito dos jovens
moderninhos ao sairem da univer-
sidade rola à frente das lindas cons-
truções medievais da praça, como a
basílica e o Palazzo Comunale, sede
da prefeitura desde o século 14.
Como em uma brincadeira de
arqueólogo, é divertido topar com
relíquias dos tempos romanos em
lugares improváveis, como partes
de uma antiga estrada do século 2^0
a.C. no subsolo da loja de decoração
Roche Bobois e as ruínas de casas
romanas abaixo de um piso de vidro
na Piazza Maggiore.
Da praça, é só seguir o aroma de
molho de tomate e parmesão pa-
ra chegar à Via Pescherie Vecchie,
uma ruela que é a maior perdição
gastronômica por metro quadrado.
Banquinhas se espremem vendendo
queijo grana padano, massas, aceto
EDOVkPLFRVDODPHHSUHVXQWRSDUPD
Para provar esses frios no conforto
de uma mesa, ande 100 metros e
vá ao Tamburini, que serve tábuas
fartas. Mas, já que em Bolonha é um
erro não experimentar uma massa
com o molho à bolonhesa (quer di-
zer, ragú), o lugar para isso é a Os-
teria Bottega. Está fora desse miolo,
a cerca de 1,5 km, mas é especialista
no molho que ganhou o mundo.

No alto, loja da Via Pescherie
Vecchie e o verdadeiro
molho “bolonhesa”

FOTOS

: SHUTTERSTOCK

O clima é de
alegria entre
os pórticos da
Piazza Maggiore
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