- EXAMEEXAME. DEZE. DEZEMBRO 2020MBRRRRRRRRRRRRRRRRRRRO 2O 2O2O2O 2O 2OO 2O 2OO2O 2O2O 2O 2OOOO 2OOOO 2OOOOOO 2OO 2 222222220200200200200200200020020002000200000200020020020002002002020020020002002002002000200200200200200020020020222022202022200000000000
A
s novas gerações de tra-
balhadores podem pa-
recer mais preparadas
para lidar com a tecno-
logia, mas tirar partido
dela para melhorar a produtividade e a
competitividade das organizações é outra
história. “Temos a ideia de que a geração
mais jovem é nativa digital, mas é muito
numa perspetiva de consumo. Precisamos
de passar para a produção. Se não, o
País tornar-se-á ótimo em ace-
der a facebooks e semelhantes,
mas não terá capacidade de
intervir além disso” alertou
António Leite, vice-presi-
dente do IEFP, na mesa-
-redonda A Tecnologia
e o Trabalho.
Já às organizações,
que rapidamente en-
contraram resposta
digital para as limita-
ções da pandemia,
falta colocar a tecnologia no centro da
sua ação, algo que será mais fácil quando
os elementos mais familiarizados com as
novas tecnologias “alcançarem posições
de comando”, acredita António Miguel
Ferreira, managing director da Claranet
Portugal. Por outro lado, para Paula Pa-
narra, diretora-geral da Microsoft Portu-
gal, “é fundamental assegurar a formação
de todos para criar impacto” por via da
tecnologia, além de alterar culturas e
“reimaginar processos”.
Admitindo que a digitaliza-
ção está para ficar num “novo
normal” ainda em constru-
ção, o vice-presidente do
IEFP disse que é preciso
perceber, neste contex-
to, “o que temos de fa-
zer para que o sistema
produza mais riqueza
e para que ela seja dis-
tribuída de forma mais
justa”. E
ÀS VOLTAS COM O DIGITAL
As ferramentas tecnológicas estão aí, mas é preciso
saber utilizá-las para melhorar as organizações e as práticas
de trabalho, além de passar do “consumo” à “produção”
Texto Paulo Zacarias Gomes
TECNOLOGIA
COMO
AS MELHORES
ENFRENTARAM
O DESCONHECIDO
Três das distinguidas nas
Melhores Empresas para
Trabalhar em 2019 partilharam
experiências sobre
a digitalização e o trabalho
à distância e os seus efeitos
na cultura interna
> BLIP
Antes da pandemia, todos os colabora-
dores da Blip estavam capacitados para
trabalhar à distância. “Hoje estão mais
preocupados em ter de voltar ao escritório
do que em ficar em casa”, resumiu Sara
Sousa, head of RH da tecnológica. Com o
confinamento, a empresa disponibilizou
apoio (psicológico, financeiro e jurídico) e
comparticipou os gastos de eletricidade ou
água em casa. No futuro, a aposta passa
pela formação remota e por repensar o
escritório como local para trabalho conjunto
e de construção de relações.
> ESTORIL SOL DIGITAL
“Só um ou outro colaborador pediu –
suplicou – para regressar” ao local de
trabalho após o desconfinamento, notou
Rui Magalhães. O administrador da Estoril
Sol Digital diz que a produtividade dos
colaboradores não desceu a trabalhar em
casa e quer manter o que de positivo trou-
xe a flexibilidade durante a pandemia. E
garante que a separação entre tempos de
trabalho e descanso é uma prioridade na
generalidade das funções: “Não pedimos
às pessoas: ‘Já que estás em casa, faz lá o
jeitinho.’ Isso não existe.”
> PHC SOFTWARE
A maioria das funções pôde conciliar o
tempo de trabalho com rotinas familia-
res específicas durante o confinamento,
garantiu Luís Antunes. O diretor de recursos
humanos da PHC confia num futuro que
traga um “better normal”, com um sistema
de trabalho híbrido e mais flexibilidade. Em
Lisboa e no Porto, as equipas estão a mu-
dar-se para edifícios maiores, onde a em-
presa quer construir a melhor experiência
de trabalho presencial e em convívio. “Vão
ter vontade de ir para o escritório”, afiança.
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