marighella

(Ornilo Alves da Costa Jr) #1
378 CARLOS, A FACE OCULTA DE MARIGHELLA

palmeirense em campo, nem do Vasco, meia dúzia de gato pingado
vendo o jogo e a gente lá. Mas, a gente fez tudo que tinha planejado,
compramos o ingresso que deixava o papelzinho na nossa mão. Aí
acabou o jogo, a gente chegou já tinha começado. Acabou, a gente
com o papel na mão, fomos pra rodoviária, pegamos um Cometa e
viemos embora, cada um num horário. Nós nos separamos na saída
do Maracanã. Cada um foi de táxi até a rodoviária, cada um pegou
um ônibus e seja o que deus quiser! Isso pra gente ter uma chance,
se um fosse preso dava pra outro poder passar. Era eu e ele só. Ele
estava com a máquina, deixei com ele. Afinal, ele era mais visado,
tinha militância no exterior, eu era clandestino por causa daquele
episódio que eu lhe falei, mas não era tão procurado, ninguém sabia
o que eu tinha feito na porra da vida, o que estava fazendo. Eu deixei
a máquina com ele que poderia ser uma saída, o cara vindo com um
ingresso do jogo e uma máquina não pode ser. Mas ninguém nem
parou. Tinha um monte de barreira.

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