Adega - Edição 183 (2021-01)

(Antfer) #1

Revista ADEGA - Ed.183 | (^67)
O vale italiano na
Austrália e o dilema
do Prosecco
King Valley é “um pedaço da Itália” em território australiano
e conhecido por seu espumante no melhor estilo do Vêneto
por Sammara Gomes da Silva
COM ALPES AO FUNDO e localizada
a apenas três horas de carro da cidade de
Melbourne, a região de King Valley possui
clima e topografia similares ao das regiões
do Piemonte e da Toscana na Itália, fatores
que contribuíram para que essa região
fosse chamada de lar por muitos imigrantes
italianos que chegaram à Austrália nas
décadas de 1950 e 1960 em busca de
oportunidades, como refugiados após a II
Guerra Mundial.
“Com muita sorte, meu pai conseguiu vir
para a Austrália e foi enviado para o Campo
de Refugiados Greta no estado de Nova Gales
de Sul e que era um dos maiores do país. De
lá, ele foi enviado para o norte de Queensland
para trabalhar como cortador de cana e
onde permaneceu por dois anos. Durante
esse período, ele conseguiu regularizar a sua
permanência no país e trazer seu pai, mãe,
irmão e irmã para morarem aqui com ele”,
conta Peter Corsini, cujos os pais Gino e Carmel
Corsini são os fundadores da vinícola La
Cantina.
No início da década de 1950, muitos
italianos migraram para King Valley para
trabalhar no cultivo de tabaco até meados de
1970 quando então, devido à popularidade
do tabaco americano, houve um declínio no
interesse e produção da planta da região.
Assim, a produção de vinho “italiano” em King
Valley começou de forma tímida. “Plantamos
as primeiras variedades de Barbera em 1984,
mas foi só em 1996 que produzimos vinho
dessa variedade comercialmente”, conta Arnie
Pizzini, da Chrismont Winery.
Prosecco?
Barbera, Pinot Grigio e Sangiovese são algumas
das variedades mais celebradas da região. Mas
a região também é conhecida como um dos
maiores produtores de Prosecco na Austrália.
De acordo com Damien Griffante, gerente
da Australian Grape & Wine Association “a
DOC

Free download pdf