Viaje Mais - Edição 188 (2017-01)

(Antfer) #1
Chapulines Cholupa

Sopa de tortilla

Fideo seco
Chile en nogada

Guacamole com grilo


Maçâ com pimenta


Mole poblano TALESA

ZZI

GASTRONOMIA PICANTE E MUY EXQUISITA

A


o passar por uma banquinha na
Calle Santa Clara, a rua dos doces
de Puebla, perguntei à vendedora se
algum daqueles doces levava pimenta.
“Claro, se não levasse, você não estaria
no México”, respondeu-me a senhora.
É quase óbvio que qualquer comida no
país tem a pimenta como ingrediente
(até a maçã do amor, o abacaxi e as
balas), mas a gastronomia mexicana vai
muito além disso. Os nomes no cardápio
são indecifráveis e as combinações são
inusitadas (tem banana recheada com
carne, massa de milho recheada com
chocolate...), o que faz cada refeição
ser um novo universo a ser desbravado.
Na primeira noite no país já fui
apresentada ao mole poblano, o
adocicado molho mexicano por
excelência, nascido em Puebla.É feito
com cerca de 30 ingredientes, entre eles
chocolate, milho e amendoim. Pode
acompanhar, por exemplo, a tortilla
(massa fina e redonda de milho) ou a

cholupa(tortillafrita). A tortilla, aliás, é
servida como couvert em toda refeição
junto com pimentas de várias inten -
sidades, feijão, guacamole(pasta salgada
à base de abacate) e frango, carne
ou verduras.
Ainda há o pastel de elote(torta de
milho), o fideo seco (pasta com pimenta
chipotle), o chile em nogada(pimentões
verdes recheados com carne moída e
cobertos com molho de nozes) e a
comida que precisei de um certo preparo
emocional para provar: os grilos fritos
(os chapulines, daí o nome do pe -
rsonagem Chapolin Colorado), vendidos
nas ruas em saquinhos para comer como
um amendoim.
Sabe o hibisco? Lá a planta compõe
o tempero para vários molhos adi -
cionados ao frango, por exemplo. É a
base da horchata, água de arroz com
canela que pode ser misturada com
hibisco, coco ou o que mais a criati -
vidade mexicana inventar.

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