participar do estudo e também podem não perceber a diferença entre o
atendimento médico e a participação na pesquisa. E o que é melhor para
um determinado paciente pode não ser o melhor para um projeto de
pesquisa.
Lidando com interesses conflitantes
Todos os conflitos de interesse devem ser revelados e, para alguns, o
potencial de enviesar os resultados da pesquisa é tão grande que eles
deveriam ser manejados ou evitados.
- Reduzir a possibilidade de viés. Um ensaio clínico bem delineado
inclui inúmeras precauções-padrão que visam a controlar interesses
conflitantes. O investigador pode ser cego a que intervenção o
participante recebe, evitando, assim, que faça uma avaliação
tendenciosa dos resultados. Um comitê independente de
monitoramento de dados e da segurança dos participantes (ver
Capítulo 11), cujos membros não tenham conflitos de interesse, pode
revisar dados durante o andamento da pesquisa e decidir por abortá-la
caso os benefícios ou malefícios sejam convincentemente evidentes. O
processo de revisão por pares para a concessão de verba de pesquisa e
para a publicação de resumos e artigos também contribui para reduzir o
viés. - Separar os papeis conflitantes. Cabe ao médico separar o papel de
investigador de um projeto de pesquisa daquele de clínico que presta
atendimento médico ao participante. Em geral, os médicos não devem
incluir seus próprios pacientes em um estudo do qual são
coinvestigadores. Se tais pacientes forem incluídos, um outro membro
da equipe de pesquisa sem responsabilidade clínica pelo paciente pode
encarregar-se das discussões sobre o consentimento. - Controlar a análise e as publicações. Em pesquisas financiadas pela
indústria farmacêutica, os investigadores de instituições acadêmicas
devem assegurar-se de que o contrato concede acesso irrestrito aos
dados primários e às análises estatísticas, bem como liberdade de
publicação dos achados, mesmo nos casos em que o medicamento não