Delineando a pesquisa clínica 4a Ed

(AlbertoBarroso) #1
científico e não meros consumidores do conhecimento produzido em
outro local. Isso, por sua vez, estimula a produção de mais pesquisa. Além
disso, a participação em uma pesquisa pode trazer recursos intelectuais e
financeiros à comunidade, incentivando a autossuficiência e fortalecendo
o poder local.

■ PESQUISA COMUNITÁRIA


Em termos teóricos, o processo de dar início a uma pesquisa comunitária
é o mesmo que para outros tipos de pesquisa. A abordagem geral descrita
neste livro se aplica tanto para uma pequena cidade rural norte-americana
ou do Nepal quanto para São Francisco ou Londres. Na prática, o grande
desafio é encontrar colaboradores experientes ou mentores com quem
interagir e aprender. Esse tipo de ajuda nem sempre é possível de se
encontrar localmente. Isso exige uma escolha inicial entre trabalhar
sozinho ou em colaboração com outros investigadores estabelecidos em
outros locais.

Começando sozinho


Iniciar uma pesquisa sem a ajuda de um colaborador experiente é como
ensinar a si mesmo a nadar: não é impossível, mas é muito difícil e às
vezes permeado por perigos não antecipados. No entanto, em muitas
situações, essa pode ser a única opção. Seguir algumas regras pode tornar
o processo mais fácil.


  • Começar pelo mais simples. Não é uma boa ideia começar a fazer
    pesquisa em uma comunidade por meio de um ensaio clínico
    randomizado. Pequenos estudos-piloto descritivos que produzem dados
    locais úteis podem ser mais vantajosos – é melhor alcançar um pequeno
    sucesso do que uma grande derrota. Projetos mais ambiciosos podem
    ser guardados para mais adiante e se basear nos dados do estudo-piloto
    realizado anteriormente. Por exemplo, um estudo descritivo sobre o uso
    de preservativos pelos jovens em Uganda conduzido por um
    pesquisador iniciante foi o primeiro passo para um amplo ensaio clínico
    de intervenção na prevenção de HIV/AIDS nessa comunidade (9).

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