Delineando a pesquisa clínica 4a Ed

(AlbertoBarroso) #1
medicamento.

Traduzindo a pesquisa clínica para a pesquisa populacional (T2)


Para conduzir estudos que tentam aplicar os achados de ensaios clínicos
para populações maiores e mais diversificadas, é preciso saber
identificar grupos de alto risco ou negligenciados, compreender a
diferença entre rastreamento e diagnóstico e saber implementar mudanças
nos sistemas de saúde. Do ponto de vista prático, esse tipo de pesquisa
geralmente requer acesso a grandes grupos de pacientes (ou médicos),
como aqueles conveniados a planos de saúde ou a clínicas de grande
porte. O apoio e aconselhamento do chefe do departamento, de um chefe
de serviço de um hospital afiliado, do coordenador de um serviço de
medicina de grupo ou de um representante de uma organização
comunitária podem ser úteis ao planejar esses estudos.
Alguns investigadores tentam um atalho ao conduzir estudos
translacionais desse tipo, expandindo um estudo em sua própria clínica
para incluir também pacientes de seus colegas de trabalho (p. ex., em um
ambulatório de um hospital acadêmico), em vez de buscar médicos da
comunidade. Essa prática é semelhante a traduzir uma peça do
Aristófanes para o grego moderno – continuará não sendo muito útil para
leitores de língua inglesa. O Capítulo 18 enfatiza a importância de se
estender o alcance da pesquisa o máximo possível para dentro da
comunidade.
Ao avaliar a aplicação de resultados de uma pesquisa para populações
maiores, muitas vezes é necessário adaptar os métodos de modo que eles
se adequem a organizações. Por exemplo, em um estudo para saber se um
novo programa de dieta e de exercício físico focado na unidade de saúde
terá efeito na comunidade, pode não ser possível alocar separadamente
pacientes individuais para as intervenções. Uma solução seria alocar
aleatoriamente serviços de saúde. Para isso, pode ser necessário consultar
algum especialista em amostragem por conglomerados e nas análises
estatísticas envolvidas. Muitos projetos de pesquisa T2 que buscam
melhorar os cuidados médicos usam como desfechos variáveis substitutas
de “processo”. Por exemplo, se ensaios clínicos já demonstraram que um
novo tratamento reduz a mortalidade por sepse, um estudo translacional
comparando dois programas para implementar e promover o uso do novo
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