Delineando a pesquisa clínica 4a Ed

(AlbertoBarroso) #1

Resultado falso-negativo. Termo que pode ser usado de duas formas diferentes. No contexto de um
teste médico, refere-se a um resultado de teste que é falsamente negativo em um paciente com a
condição que está sendo testada. Por exemplo, embora a paciente tivesse câncer de mama comprovado
por biópsia, sua mamografia havia apresentado um resultado falso-negativo. No contexto de um estudo
de pesquisa, refere-se a um resultado de estudo que deixa de detectar um efeito na amostra (p. ex., o
resultado do estudo não foi estatisticamente significativo) que está presente na população. Por exemplo,
embora estudos subsequentes tenham mostrado que o tabagismo aumente o risco de acidente vascular
encefálico, um estudo de caso-controle inicial tinha apresentado um resultado falso-negativo (P = 0,23).
Resultado falso-positivo. Termo que pode ser usado de duas formas diferentes. No contexto de um
teste médico, refere-se a um resultado de teste que é falsamente positivo em um paciente que não tem a
condição que está sendo testada. Por exemplo, embora a paciente não tivesse tido câncer de mama nem
desenvolvido essa doença durante o seguimento de seis anos, sua mamografia havia apresentado um
resultado falso-positivo. No contexto de um estudo de pesquisa, refere-se a um resultado de um estudo
que detecta um efeito na amostra (p. ex., resultado estatisticamente significativo) que não está presente
na população. Por exemplo, embora estudos subsequentes tenham mostrado que o tabagismo não
aumenta o risco de doença de Parkinson, um estudo de caso-controle havia inicialmente apresentado
um resultado falso-positivo (P = 0,03).
Revisão por pares. Revisão de um protocolo, proposta ou manuscrito por pares do investigador que
preparou esses documentos. Por exemplo, propostas submetidas para financiamento pelo NIH passam
por um processo de revisão por pares em que cientistas da mesma área atribuem escores ao protocolo
utilizando critérios bem definidos. Da mesma forma, manuscritos submetidos a revistas médicas
passam por revisão por pares por cientistas que ajudam editores a decidir se o manuscrito deve ser
publicado.
Revisão sistemática. Revisão da literatura médica que utiliza uma abordagem sistemática para
identificar todos os estudos sobre uma determinada questão de pesquisa, com critérios claros para
incluir um estudo na revisão e métodos padronizados para extrair os dados dos estudos incluídos. Uma
revisão sistemática pode também incluir uma metanálise dos resultados dos estudos. Por exemplo, o
investigador realizou uma revisão sistemática de todos os estudos que testaram se suplementos de zinco
reduziam o risco de desenvolver resfriados.
Risco relativo. Ver razão de riscos.
Sensibilidade. Proporção de sujeitos com a doença nos quais um teste é positivo (“positivo na doença”
[ PND]). Por exemplo, comparado com os resultados da biópsia, a sensibilidade do PSA sérico > 4,0
ng/mL é de aproximadamente 20% para a detecção de câncer de próstata; em outras palavras, 20% dos
homens com câncer de próstata terão um PSA > 4,0 ng/mL. Ver também especificidade.
Sobreajuste. Problema que surge quando os investigadores selecionam variáveis ou pontos de corte
para um modelo multivariado com base, em parte, na variação ao acaso na amostra, levando a uma
baixa capacidade de generalização dos resultados. Por exemplo, revisores suspeitaram de sobreajuste
quando os autores relataram que o melhor modelo para predizer cataratas recorrentes incluía ter nascido
nos meses de março ou agosto para mulheres entre 65 e 74 anos.
Sujeito. Ver participante.
Supressão. Tipo de confundimento no qual a variável confundidora diminui a associação aparente
entre a variável preditora e a variável de desfecho porque está associada com a variável preditora,
porém afeta o desfecho na direção oposta. Por exemplo, uma associação entre tabagismo e rugas na
pele poderia passar despercebido em um estudo (ser “suprimida”) se os fumantes forem mais jovens e o
confundimento pela idade não for controlado.

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