Newsletter Banco Central (2021-02-13)

(Antfer) #1
Banco Central do Brasil

Revista Isto É Dinheiro/Nacional - Negócios
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021
Banco Central - Perfil 1 - Paulo Guedes

Concordo que Rio de Janeiro e São Paulo foram
prejudicados por serem porta de entrada do País. A
pandemia chega primeiro nessas cidades, menos
prevenidas e gera, de fato, um impacto grande. Mas
isso não significa a quantidade de medidas tomadas e
depois alteradas, e a subida de casos durante a eleição.
O que eu critico é o conjunto de medidas que, na minha
avaliação, não é coordenada pela ciência. Faltou um
protocolo único. O que a gente viu foi o governador
João Doria brigar com o presidente Jair Bolsonaro, o
prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil com o
governador de Minas, Romeu Zema, e tantos outros.


Não teria sido importante para o setor a manutenção do
auxílio emergencial?


Foi um erro o governo não ter renovado o estado de
calamidade pública, para garantir a manutenção do
benefício. O Congresso deveria ter renovado, que é o
que está se estudando agora. Acredito que esse erro
esteja relacionado ao fato de o repique da pandemia,
entre outubro e novembro, ter passado despercebido
por quase todo mundo. E uma omissão por parte das
autoridades da Saúde, que sabiam disso.


A omissão partiu do ministro da Saúde, Eduardo
Pazuello?


Do ministro, dos secretários estaduais e municipais de
Saúde no Brasil, com responsabilidade maior para os
estados, que acompanham mais de perto os números
das cidades.


Qual tem sido o papel da iniciativa privada para ajudar o
setor de bares e restaurantes?


Toda a cadeia de fornecedores, principalmente de
alimentos e bebidas, se ofereceu para nos ajudar.


Tínhamos preocupação enorme com estoque e falta de
crédito. Pedimos para as empresas negociarem
inadimplência, sem deixar de fornecer, e a levar
informação à população sobre os protocolos do setor.
Foi tão forte o apoio a ponto de oito grandes
companhias terem criado o Movimento Nós, que
investiu R$ 370 milhões para ajudar os bares e criar
campanhas de conscientização.

Quanto tempo levará para que as empresas voltem à
normalidade, do ponto de vista financeiro?

O setor pagou uma conta desproporcional para o bem
estar da sociedade. E esta conta tem de ser
compensada com ajuda. Fomos mais penalizados. A
pandemia aniquilou 40% de bares e restaurantes no
Brasil e o setor só se recupera em dois anos. Esse vai
ser o tempo necessário para que as contas cheguem ao
nível pré-crise. Temos ainda um caminho a percorrer.

Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central - Perfil 1 -
Paulo Guedes
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