Newsletter Banco Central (2021-02-13)

(Antfer) #1
Banco Central do Brasil

Revista Veja/Nacional - Economia
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021
Banco Central - Perfil 1 - Banco Central

Bolsonaro, o Ibovespa perdeu 1?000 pontos (índice
recuperado no decorrer do dia, uma vez que o mercado
operava em alta). O que mais preocupa é a
possibilidade de o auxílio ser aprovado sem uma
contrapartida clara de onde vai sair o dinheiro, o que
desrespeitaria o teto de gastos. “O mercado não é
contra o auxílio, mas quer que o governo sinalize que,
se vai gastar mais de um lado, vai poupar em outro”,
explica Tony Volpon, ex-diretor do Banco Central e
estrategista-chefe da gestora Wealth High Governance.


Por isso, o cenário favorito de Guedes é aprovar uma
espécie de auxílio vinculado à PEC Emergencial. Isso
permitiria até reconfigurar a ajuda e integrá-la ao Bolsa
Família, que já atende a mais de 15 milhões de famílias
com valor próximo dos 200 reais, tornando o benefício
perene. O ministro também tenta costurar com Pacheco
a possibilidade de editar uma nova medida provisória
que reconfigure o Orçamento de Guerra, desvinculando
os gastos temporários de combate à Covid-19 dos
dispêndios correntes. Essa estratégia tem muitos riscos,
começando pelas fortes chances de o Congresso inserir
os chamados “jabutis”, que desfigurariam o projeto.


Em seus planos, Guedes deseja conceder um auxílio
bem mais modesto do que o de 2020. Grande parte da
equipe econômica acredita que, em meio à pressão da
pandemia, foram distribuídos mais recursos que o
necessário. Agora, o ministro estima que será preciso
menos dinheiro para enfrentar a diminuição do ritmo
econômico deste início de ano. “O principal desafio de
um novo auxílio envolve descobrir a forma de torná-lo
mais eficaz e atingir aqueles que, de fato, mais
precisam”, diz Joaquim Levy, ex-ministro da Fazenda.


Uma proposta em estudo pelo ministério seria liberar
200 reais apenas para trabalhadores informais não
contemplados pelo Bolsa Família. Seria um contingente
de 30 milhões de pessoas, ante os 67,9 milhões
beneficiados em 2020. Se a ajuda durasse três meses,
os gastos totais atingiriam 18 bilhões de reais. É muito
menos que os quase 300 bilhões de reais distribuídos


em 2020, mas ainda assim representaria mais de um
quinto de tudo que o governo pode ter para investir este
ano. Em qualquer cenário, a melhor saída seria a
aprovação da reforma administrativa, que racionaliza
os gastos com os funcionários públicos, permitindo
economia de longo prazo. O que não falta é onde cortar.
O governo gasta, por exemplo, 4,2 bilhões de reais por
ano apenas com treinamento dos servidores. Existe,
porém, esperança de mudança. Depois de uma reunião
com Guedes, o novo presidente da Câmara encaminhou
a proposta de reforma administrativa do governo à
Comissão de Constituição e Justiça, para que tenha
início a sua tramitação. É fato que medidas que
contemplem a diminuição de salários dos servidores
encontram pesada resistência corporativa até em
Bolsonaro, mas o governo precisa indicar que vai arcar
com seus compromissos. Ou corre o risco de que o
ressurgimento do auxílio para estimular a economia
acabe tendo o efeito contrário, levando a mais
instabilidades fiscais e à fuga dos investimentos.

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