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Revista Carta Capital/Nacional - Seu País
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021
Cenário Político-Econômico - Colunistas
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Autor: Professora Bebel
A pandemia da Covid-19 impactou de maneira severa a
vida em sociedade no Brasil e no mundo. Atividades
que dependiam de interações entre os indivíduos foram
comprometidas porque se tornaram potencialmente
causadoras de contágios. Famílias tiveram de modificar
suas dinâmicas e restringir a circulação de idosos e
parentes com comorbidades. Abraços e apertos de mão
foram abolidos.
A educação foi muito afetada por esta situação. As
escolas, fechadas, tiveram de reinventar o papel que
exercem na formação das novas gerações para o
exercício da cidadania e para o trabalho. O contato
entre professores e alunos, tão importante no processo
formativo, foi interrompido e transferido para o mundo
virtual.
Reabri-las agora, contudo, vai contra as evidências que
devem pautar as decisões políticas. Sob o olhar da
garantia do direito à vida e à saúde dos profissionais da
educação, não há condições para um retorno seguro às
aulas no Brasil. Esta é uma discussão que contempla
diversas variáveis e é criminoso negligenciar o que
podia ser feito (e não foi) ao longo de todo o ano de
2020 para devolver a professores e alunos a
possibilidade de um reencontro que só faz bem a
ambos.
Sabe-se, de um lado, que a infraestrutura das escolas
públicas de São Paulo é historicamente precária.
Diagnóstico do Instituto de Arquitetos do Brasil e do
Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos
Socioeconômicos, feito em agosto a pedido da Apeoesp
e que deu origem ao Manual Técnico para Escolas
Saudáveis, concluiu que 82% das escolas não têm mais
que dois sanitários para uso dos estudantes e 48% não
contam com sanitário acessível para pessoas com