...Silêncio...
Apreenda, efetivamente, que eu não nego, de modo algum, a
realidade da história ou a realidade da energia ou da Luz que se
derrama nessas ocasiões, mas eu me ponho em dúvida, fortemente,
da utilidade quanto ao que vocês são, em Verdade e na Eternidade,
bem ao contrário.
Para preencher-se, você deve esvaziar-se. Para preencher-se, é preciso
não ser afetado por qualquer circunstância memorial que seja, tanto a
sua como qualquer outra. Porque tudo se desenrola no mesmo
tempo. E os desvendamentos atuais dão-lhes, para muitos de vocês, a
capacidade para viver, não para ali aderir, mas para vê-los, os
eventos de seu próprio passado, tanto nesta vida como em outras
vidas. Vocês teriam a ideia de celebrar isso? Vocês teriam a ideia,
todos os anos, de lembrar-se disso? Ser Livre, ser um digno Filho
Ardente do Sol, um Ki-Ris-Ti, não tem necessidade de nada mais do
que ser isso. Todo o resto torna-se supérfluo, inútil e impeditivo.
Mesmo se, durante um tempo, alguns humanos tiveram necessidade
ou têm, ainda, necessidade de encostar-se nessas comemorações,
nesses ritos e nesses rituais, nessas histórias, nesses modelos. Mas, a
um dado momento, será preciso fazer, também, o luto de todo
modelo e de todo sistema, como de toda história. Esse é o segundo
modo de ser Livre.
A verdadeira memória é aquela de sua Eternidade, e ela nada tem a
ver com a memória efêmera e ilusória desse mundo, sobretudo, se se
trata de grandes seres que têm percorrido, com seus pés, esse mundo.
Porque, aí também, através da comemoração, vocês congelam a
história, vocês congelam a Luz. Ora, a Vida não pode ser congelada
por nada. E, se você é a Vida, e se você é Livre, você não pode
aceitar ser congelado por uma data, qualquer que seja a energia da
qual ela é portadora.