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Q
/ PORTUGAL FAZ BEM
A CARA
É A PASSWORD
Bancos portugueses, espanhóis e polacos.
Estes são alguns dos primeiros clientes
da ferramenta de autenticação biométrica
criada pela Polygon. Transportes e controlos
de acessos são os próximos segmentos
Tex t o Hugo Séneca Fotos Lucília Monteiro
uem vê caras vê identidades. E quem tem
uma identidade reconhecida pelo rosto não
precisa de outro método de autenticação.
O reconhecimento de identidades é tão
antigo quanto a humanidade, mas foi re-
criado pela Polygon como nova forma de
autenticação para diferentes serviços na
Internet, com recurso a câmaras de telemóveis, computadores
ou até sistemas de videovigilância que reconhecem pessoas
através das características biométricas do rosto. A ferramenta
começou a ser desenvolvida há dois anos, com o nome de
Biometrid. E já garantiu a preferência do Citybank da Polónia,
do Sabadell, em Espanha, e do Banco Carregosa, em Portugal.
A tecnologia permite criar contas de cliente, remotamente,
apenas e só com imagens de rosto que passam a ser usadas como
o único método de autenticação para as diferentes operações
bancárias. «A nossa solução permite dispensar qualquer tipo
de password», explica Alberto Lima, diretor da Polygon.
Os serviços bancários funcionaram como rampa de lan-
çamento do serviço, mas a startup nortenha acredita que
não será o único segmento em que a autenticação pelo rosto
pode fazer a diferença. «Esta ferramenta pode ser usada
em call centers para a autenticação de profissionais, como
forma de controlo da produtividade. E também queremos
testar esta solução como forma de substituir os títulos dos
transportes públicos. O que permitiria que um utilizador
possa entrar num determinado transporte apresentando
apenas o rosto», acrescenta o responsável da Polygon.
A solução apenas exige a instalação nos servidores da em-
presa que pretende aderir ao serviço de autenticação pelo
rosto. O utilizador não necessita de instalar qualquer app
específica – basta ter um dispositivo com acesso à Internet e
uma câmara (um telemóvel, tablet ou um computador) para
poder aderir a uma nova forma de autenticação. A ferramenta
tem por base uma comparação entre os dados biométricos do
cartão do cidadão que são recolhidos com a câmara e os dados
captados através de uma foto tirada, no próprio momento, ao
rosto do utilizador.
«A Biometrid permite fazer esta autenticação com o rosto
desde que as imagens permitam ter um mínimo de 11 píxeis
entre os olhos», acrescenta Alberto Lima.
DADOS ANÓNIMOS
A Biometrid não é a única solução que hoje disponibiliza
o reconhecimento facial como forma de autenticação que
Alberto Lima, diretor da Polygon,
garante que a Biometrid
respeita o Regulamento Geral
de Proteção de Dados (RGPD)