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Sem anúncio ou alarido, IGAC e representantes de produtores de vídeo e operadores
de telecomunicações assinaram um acordo que permite bloquear, na própria hora,
streamings de vídeo piratas. Por enquanto, só os jogos da Sport TV foram bloqueados
CHEGOU O BLOQUEIO
DOS STREAMINGS PIRATAS
Tex t o : Hugo Séneca Fotos: D.R.
combate à pirataria na Internet acaba de
saltar para um novo nível: sem anúncio
ou divulgação, a Inspeção Geral de Ativi-
dades Culturais (IGAC), a Associação que
representa os operadores de telecomuni-
cações (APRITEL) e as associações FEVIP,
GEDIPE, e MAPINET que representam
produtores, revendedores e autores de
vídeos assinaram um acordo em dezembro com vista ao
bloqueio temporário das transmissões ilegais de jogos do
campeonato nacional de futebol na Internet.
De acordo com a IGAC, o acordo prevê o bloqueio de todos
os streamings de eventos desportivos ou artísticos que não
estão autorizados, mas a Exame Informática apurou que, até
à data, apenas os jogos cujos direitos são detidos pela Sport
TV foram alvo de bloqueio temporário, que é determinado
na própria hora.
A IGAC justifica a assinatura do novo acordo antipiratiaria
com a necessidade de criar mecanismos mais expeditos para
o bloqueio de streamings piratas. «Os eventos em direto e
ao vivo, pela sua própria natureza e sob pena de inutilidade,
exigem uma atuação mais célere das entidades envolvidas no
decurso das transmissões não autorizadas», afirma Silveira
Botelho, Inspetor Geral de Atividades Culturais.
Desde 2015 que diferentes sites piratas têm vindo a ser blo-
queados no âmbito de um Memorando de Entendimento que
juntou várias entidades da indústria cultural. Silveira Botelho
defende que «o Memorando de Entendimento não foi destinado
a eventos em direto e ao vivo» - e terá sido essa essa a principal
razão que levou à assinatura do novo Acordo.