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POR: SÉRGIO MAGNO
DE: RODRIGO C.
IMPRESSORA 3D:
VALE A PENA?
Há uns anos andei interessado em
comprar uma impressora 3D, mas
acabei por deixar passar o assunto.
Contudo, após ter visto um Facebook
Live da Exame Informática sobre
makers que estavam a criar viseiras
contra a Covid-19, fiquei novamente
interessado no tema. Não tenho uma
razão profissional para usar uma
impressora 3D, mas também me
considero um maker porque passo
boa parte do meu tempo livre com
as minhas engenhocas e invenções.
O material que uso mais é a madeira
e faço muitas coisas elétricas,
como candeeiros e brinquedos. Faz
sentido comprar uma impressora
3D e, se sim, qual o modelo que
recomendam?
As impressoras 3D são adequadas
ao desenvolvimento de protótipos
rapidamente, como provas de
conceito. Usando o exemplo que
deu das viseiras para proteção
dos profissionais de saúde, o teste
de diferentes versões foi uma das
grandes vantagens do recurso à
impressão 3D. Os makers puderam
desenhar, imprimir e dar a testar
aos profissionais de saúde diferentes
versões, o que permitiu criar viseiras
mais eficientes, mais confortáveis
e de produção mais rápida. Aliás,
um dos objetivos – já conseguido
quando esta revista chegar às bancas
- era encontrar o melhor modelo
possível e depois produzi-lo através
de processos de fabrico em série
(com injeção de plástico), bem mais
eficientes para grandes quantidades.
As impressoras 3D de que
normalmente se fala, por extrusão
de filamento plástico (as mais
económicas), também são muito
apelativas para quem precisa de
construir com regularidade peças em
plástico em quantidades reduzidas e
muitas vezes personalizadas. Como
brindes, maquetas de arquitetura
ou, como deverá mais ser o seu
caso, peças que possa usar nas suas
criações. Podemos dar-lhe alguns
exemplos de utilização recente da
impressão 3D na Exame Informática:
adaptador para instalar uma
unidade SSD de 2,5” em espaços
para discos de 3,5” (dentro de um
PC); uma peça para uma bateria
de um berbequim que se tinha
partido; caixa personalizada para
Raspberry Pi; alguns puzzles 3D para
crianças. Para ter uma ideia do que é
possível fazer, o melhor será visitar
um grande repositório de modelos
como o Thingiverse da MakerBot
(www.thingiverse.com). Deve ainda
considerar as suas capacidades
de desenhador 3D. Já há muitas
aplicações que facilitam o processo,
mas a componente CAD ainda é
um dos fatores mais impeditivos
da popularização da impressão
3D quando o objetivo passa, como
é natural, por imprimir modelos
próprios e não apenas modelos
criados por outros. Com esta análise
do que é possível imprimir, ficará a
saber até que ponto faz sentido ter
uma impressora 3D para ajudá-lo a
desenvolver os seus projetos. Quanto
à máquina que recomendamos, há
uma série de variáveis que convém
definir à partida. Por exemplo: o
tipo de filamento que pretende
usar; se está à vontade para montar
a impressora; a importância de ter
um grande volume de impressão;
se pretende imprimir com dois
filamentos em simultâneo; se
privilegia velocidade de impressão
à qualidade do acabamento... Estas
e outras variáveis permitem definir
características importantes da
impressora: número de extrusores,
tipo base de impressão (‘cama’
aquecida ou não, área útil), dimensão
da impressora, temperaturas
máximas permitidas na extrusão
(diferentes tipos de filamentos)... E
até se deve adquirir uma impressora
‘chave na mão’, pronta a utilizar, ou
uma impressora vendida em kit, que
tem de ser montada pelo utilizador.
Entre as máquinas que já testámos,
a nossa preferência global vai para
a Beeverycreative B2X300. Esta
máquina (vendida em kit) tem
muitas características avançadas:
suporta praticamente todos os tipos
de filamento, tem extrusor duplo
(dois filamentos) cama aquecida
generosa, eletrónica sofisticada (e
resistente) e até inclui sistema de
calibração semiautomático. Entre
as máquinas ‘prontas a funcionar’,
destacamos a Blocks One MK II,
que tem algumas das vantagens
enunciadas para a B2X300, mas é
fornecida montada e calibrada. Mas,
como referido, antes de avançar
para a compra de uma impressora
3D, deve estudar bem a matéria para
garantir a escolha correta.