(20200500-PT) Exame Informática

(NONE2021) #1
76

nota final

/ JOGOS

A


ALTOS
E BAIXOS

+

+







4
Switch

ideia deste jogo é simples, mas, para-
doxalmente, este não é um título fácil
de entender para caloiros. Confesso,
a minha análise seria provavelmente
diferente, menos compassiva, se vivêssemos em
tempos mais ‘normais’. E se não tivesse recorrido,
uma vez mais, à opinião de duas jogadores de 10
e 14 anos. Em larga medida, este jogo funciona
como um escape: vivemos (virtualmente) numa
ilha deserta onde o tempo passa devagar. Ora, este
conceito ganha ainda mais importância
nos tempos que correm. Muitos de nós
procuramos algum tipo de isolamento das
notícias, de um espaço onde a vida seja
mais simples. Como nem todos podemos
viver no campo, Animal Crossing: New
Horizons pode ser essa fuga.
Este não é um jogo sobre atravessar
animais em segurança. É sobre criar uma ilha e uma
comunidade. Logo de início, escolhemos entre qua-
tro possíveis ilhas com flora, fauna e meteorologia
diferentes. Depois começamos a desenvolvê-la,
construindo ferramentas básicas como uma cana
de pesca. Aqui, já encontramos um problema: se
tivermos uma Switch com diferentes perfis, só o
primeiro perfil a utilizar o jogo (o perfil principal) é
que vai poder construir uma das ferramentas fun-
damentais para a evolução do jogo. O que significa
que, se jogarmos num perfil que não é o principal,

não conseguimos passar de determinado ponto sem
a ajuda desse mesmo perfil. Nesta fase, o jogador
fica muitas vezes na situação de não ter nada para
fazer porque, como referimos, tudo é lento – pra-
ticamente em tempo real. Mas há algo no jogo que
nos mantém pela ilha. Talvez a calmaria, talvez a
tal necessidade de fugirmos ao mundo real. O que
nos faz querer avançar. Se nos depararmos numa
situação bloqueante, podemos sempre jogar online:
visitar outras ilhas ou deixar a nossa ser visitada.
Para o efeito, termos de ter amigos reais
na rede Nintendo ou encontrar códigos
num dos vários fóruns sobre o jogo. Ora,
isto pode ser difícil, pois os códigos de
entrada nas ilhas estão sempre a mudar.
Ou porque determinada ilha enche, ou
porque o dono da ilha mudou de ideias
quanto a dar acesso ao seu espaço. Quan-
do conseguimos finalmente entrar num jogo online,
deparamo-nos com outra irritação: sempre que
alguém entra ou sai da ilha para jogar, ficamos em
espera durante alguns momentos. O que tende a
repetir-se muitas vezes.
Foi preciso jogar 8 horas para transformarmos a
ilha num espaço agradável – com vários habitantes
e as suas casas, lojas, jardins... O tal efeito calmante
porque sentimos a passagem do tempo. Mas, como
se percebeu durante a análise, não é para jogadores
mais impacientes. Sérgio Magno com Maria Magno

O JOGO CERTO


PARA O MAU MOMENTO


Animal Crossing parece ter sido feito à medida da quarentena. E, talvez
por isso, consegue agarrar os jogadores apesar das muitas irritações

Uma ilha
deserta e uma
comunidade
virtual ativa.
Muito adequado
aos tempos
em que vivemos

Tudo acontece
com calma
e em tempo real...

Talvez demasiado
calmo para
muitos jogadores

Gestão limitadora
dos perfis e
tempos de espera
em modo online

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