Exame Informática (Junho 2020)

(NONE2021) #1
61

VISIONÁRIOS


BILL GATES
William Henry Gates
III já mudou o mundo
uma vez com a criação
do empório Microsoft
que o levou a escalar ao
longo dos anos a lista
dos empresários mais
ricos do mundo. Em
2000, com 45 anos de
idade, deixou o cargo
de CEO, e em 2006
iniciou o desligamento
da função de presidente
não executivo para se
dedicar à Fundação
Melinda e Bill Gates.
Podia ter sido um
pretexto para um
anonimato dourado,
mas Bill Gates, o
homem que já habituou
os conterrâneos de
Seattle a esperar na
fila das rulotes de fast
food, optou por fazer a
diferença, com projetos
de investigação na área
da saúde em países
subdesenvolvidos. Entre
todas as iniciativas
anunciadas, tem sido
o desenvolvimento de
uma vacina da malária
que tem centrado as
atenções. Antes disso,
em 2015, Gates já
havia previsto uma
pandemia com um
novo coronavírus – e
confessou remorsos
de não ter conseguido
fazer nada para a travar.
O que não impediu a
Fundação que gere de
alocar uma choruda fatia
de recursos no combate
à pandemia. De ora
em diante, ninguém se
pode dar ao luxo de não
escutar as previsões
de Gates.

Se tudo correr como prevê a agência
espacial dos EUA (NASA), já só faltam
quatro anos para os humanos voltarem a
pisar a Lua: depois de alterações exigidas
pelo Governo americano, a NASA passou
a apontar o regresso ao satélite natural da
Terra para 2024. O regresso à Lua tirou
o foco mediático de um projeto bastante
mais ambicioso que prevê uma base lunar
permanente e o lançamento do orbitador
tripulado Gateway, que deverá funcionar
como plataforma de comunicações e
ponto de conexão com outros destinos
que não a Lua, depois de 2026. A
construção de uma base permanente
na Lua é encarada igualmente como
um “trampolim” para o envio de missões
tripuladas a Marte, depois de 2030


  • e que, na melhor das hipóteses,
    implicam viagens de dois anos
    (ou quatro para ida e volta).
    Antes da ida ao Planeta
    Vermelho a exploração
    espacial poderá passar
    a seguir novas regras.
    A NASA não esconde
    o interesse em
    conhecer os recursos
    existentes na Lua – e,
    seguramente, essa
    intenção é extensível
    a Marte. O que levanta
    novas questões quanto
    à soberania. O Tratado do
    Espaço Sideral prevê condições
    legais de igualdade entre Estados
    em qualquer zona do denominado
    Espaço Exterior (incluindo a Lua), mas
    é difícil acreditar que esse tratado
    assinado no tempo da Guerra Fria
    resista à discrepância tecnológica entre
    diferentes países e à proliferação de
    missões privadas (turismo espacial,
    telecomunicações e extração de
    minérios). Tudo leva a crer que na segunda
    corrida ao Espaço o poderio americano
    terá como principal concorrente a China,
    que entretanto se tornou a primeira
    potência a aterrar uma sonda no
    denominado lado oculto da Lua. Antes da
    mudança de paradigma, a NASA deverá
    enviar a sonda Perseverance a Marte. “Faz
    sentido criar uma base permanente na
    Lua, mas a ida a Marte é mais complicada,
    devido à radiação cósmica e à distância.
    Acredito que uma missão a Marte terá
    mais como objetivo marcar uma posição”,
    conclui Tiago Pardal, líder da Omnidea. H.S.


O ano de 2013 entrou para história como
o primeiro dos hambúrgueres de nova
geração, depois de o cientista holandês
Mark Post dar a conhecer um primeiro
exemplar criado a partir de culturas
de células em reatores, sem sacrifício
de animais. A Mosa Meat, a startup de
Post, tarda em cumprir o calendário
dos hambúrgueres de laboratório de
nove euros (o primeiro exemplar custou
250 mil), mas o mercado não parou de
evoluir: Beyond Burger e Impossible
Burger geraram furor com hambúrgueres
similares à carne de vaca moída, mas que
são produzidos com vegetais. Além da
morte de animais, estes hambúrgueres
2.0 poupam o ecossistema à emissão de
metano e ao desmatamento. A crescente
população mundial é outro dos fatores
que obrigam a encontrar soluções
(prevê-se que, com o crescimento da
população previsto até 2050, a indústria
alimentar provoque o desmatamento
de uma área equivalente à da Índia).
Alimentos geneticamente modificados,
que garantem reforço ou personalização
de nutrientes; reconversão de detritos
por microrganismos; e insetos e farinhas
derivadas de insetos são tendências
que vêm para ficar – e que vão gerar
uma revolução na culinária e nos hábitos
alimentares. Vítor Espírito Santo,
investigador ao serviço da startup
americana Just, é o rosto mais conhecido
dos cientistas portugueses que produzem
carne a partir de culturas de células em
reatores. Numa entrevista para a Exame
Informática deu o mote para o que aí
vem: “Como temos muito controlo nas
células que estamos a isolar e a cultivar,
podemos depois fazer misturas de células
diferentes. O que nos permite fazer
um bife com mais ou menos gordura.
E mesmo na gordura, podemos ter um
tipo de gordura mais saturada ou menos
saturada, ou fazer versões de carnes
mais saudáveis e mais nutritivas
e outras que só pretendem ser mais
enriquecidas de gordura”. H.S.


MARTE É JÁ ALI


O FUTURO QUE


NOS ALIMENTA

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