Exame Informática (Junho 2020)

(NONE2021) #1
75

FIBRA


OU CARBONO


OUTROS


MODELOS


A versão Cruise do Cat 12.0 foi
desenhada para garantir viagens
de quatro pessoas em mar alto.
Trata-se de um catamarã de
cruzeiro, que é movido a energia
elétrica e tem pouco menos de
12 metros de comprimento por
9,95 metros de largura. Além de
painéis solares e baterias, está
equipado com dois motores de
25 kW, que permitem velocidades
máximas de 11,5 nós (cerca
de 21 Km/h). O barco pode
pesar entre 6,5 e 8 toneladas,
consoante as configurações
e equipamentos escolhidos.
A Sun Concept acredita que este
peso poderá ser reduzido
em uma tonelada, caso se opte
por um casco de carbono.
“Os cascos de fibra de vidro
são mais pesados que os de
carbono, e por isso o carbono
garante maior performance. Em
contrapartida, é mais fácil fazer
uma reparação na fibra de vidro”,
concluir João Bastos.


Antes do catamarã Cat 12.0,
a Sun Concept lançou o modelo
SunSailer 7.0 MT, de dimensões
menores, para o transporte de
pessoas em águas abrigadas.
Depois destes dois primeiros
modelos, a empresa algarvia
começou a trabalhar num projeto
de barco de oito metros, que pode
alojar duas pessoas durante um
ou dois dias, e pode ser usado
em “águas interiores” e mar alto.
Atualmente, a Sun Concept está
a ser desenhada uma embarcação
para criadores de ostras na Ilha
da Culatra, Faro. “Este projeto
surgiu depois de os viveiristas
virem ter connosco para saberem
se podíamos desenvolver uma
solução que tem menos custos
energéticos e que é menos
poluente”, refere João Bastos.


metros). “Com as novas regras, basta ter
carta de marinheiro para navegar com
este barco”, refere João Bastos.
A embarcação está apetrechada para
garantir estadas de vários dias para dois
casais. Cada casco tem no interior uma
suite, com quarto de casal e casa de ba-
nho. João Bastos admite que as divisões
usadas pelos casais possam parecer es-
treitas, mas justifica essa característica
com a necessidade de não prejudicar a
eficiência hidrodinâmica e os consumos
de energia da embarcação.
“Estes quartos podem ser um pouco
mais pequenos do que acontece com
outras embarcações desta dimensão,
mas em contrapartida, o convés tem 30
metros quadrados, o que significa que
tem uma dimensão superior à que é cos-
tume”, sublinha o líder da Sun Concept.
No convés encontra-se um espaço de
pilotagem, a cozinha e a sala de estar com
equipamentos que é habitual encontrar
na maioria das casas. Esta é apenas uma
das configurações já pensadas, recordam
os responsáveis da Sun Concept.
“Temos vários modelos de base que os
clientes podem escolher. Mas é possível
adaptar o layout do interior do barco, com
algumas adaptações”, refere João Bastos.
Além de empresas do setor marítimo,
a Sun Concept não perde de vista o seg-
mento dos consumidores que pretendem
aliar aventura à inovação ecológica, sem
dispensar a comodidade e a estabilidade
que um catamarã, por ter dois cascos,
garante face a embarcações com um
único casco.
“Os preços de venda variam entre os
400 mil e os 600 mil euros. Variam con-
soante as baterias, se o convés é ou não
aberto, ou do tipo de casco que é usado,
entre outras coisas”, conclui o líder da
startup algarvia. Hugo Séneca

A versão Cruise do Cat 12.0 vai ser vendida a preços
entre 400 mil e o 600 mil euros. Operadores turísticos e
fãs dos barcos de recreio são os principais destinatários

os convencionais. “Só não instalámos
mais painéis, porque não há mais espaço
disponível”, sorri João Bastos.
Os painéis podem assegurar a auto-
nomia total – mas a embarcação foi de-
senhada para velocidades máximas de
11,5 nós (21,2 Km/h). E por isso não dis-
pensa o armazenamento de energia em
baterias. A primeira versão de cruzeiro
produzida nos estaleiros da Sun Concept
está equipada com baterias que garantem
uma capacidade total de 160 kWh
“Este barco tem autonomia para na-
vegar a velocidades de sete ou oito nós
durante um dia inteiro”, estima João Bas-
tos. As contas também podem ser feitas
tendo em conta a lógica que refere que
quanto maior for a velocidade, menor
será autonomia energética disponível.
“Se viajarmos à velocidade de 11,5 nós,
então a autonomia só dá para cerca de
três horas”, acrescenta o responsável da
startup algarvia.
As baterias não só garantem a possibi-
lidade de navegar a maiores velocidades
como são úteis para os momentos em
que não há luz solar. “Com uma toma-
da trifásica de 400 volts e 16 amperes,
como aquelas que costumam estar nas
marinas, é possível carregar as baterias
na totalidade durante uma noite”, explica
João Bastos.
As mais-valias económicas prometidas
pelos painéis solares e pelos custos mais
em conta da eletricidade que vem da
rede também podem funcionar como um
trunfo comercial. “Numa embarcação
de 12 metros com motores de diesel já
se sabe que o simples facto de iniciar
um passeio tem custos consideráveis”,
lembra.
O Cat 12.0 foi desenhado para navegar
até distâncias máximas de 200 milhas
náuticas da costa (cerca de 370 quiló-
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