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EDIÇÃO 300
á canteiros e há CGardens.
Ambos servem para a pro-
dução de vegetais, mas
há também diferenças
notórias: há séculos que
os canteiros são usados para receberem
sementes e plantas; os CGardens são bem
mais recentes e dispõem de composta-
gem, recolha de água, ventilação por
convexão – e até um painel fotovoltaico
que alimenta a rega automática. “Este é
um novo conceito. Por enquanto, não há
outro nome para os CGardens”, explica
Marco Duarte, diretor da IHT.
Os CGardens estrearam no início de
abril pela mão da IHT, empresa sedeada
em Soure, que tem vindo a fazer negócio
com pavimentos. Com a nova solução,
a empresa beirã está apostada em di-
versificar a atividade com um produto
capaz de satisfazer fãs de agricultura e
jardinagem que nem sempre dispõem de
tempo, ou que dão especial importância
à comodidade e à ecologia.
“Criámos campanhas nas redes sociais
e tivemos de as parar porque não estáva-
mos a conseguir dar resposta a todos os
pedidos. Atualmente, temos tempos de
espera de três a quatro semanas para a
entrega de cada CGarden encomendado.
E tudo isto com encomendas feitas por
pessoas que se encontram em confina-
mento social e que só viram o produto
na Internet”, acrescenta Marco Duarte.
AGRICULTURA CÓMODA
Num único mês, a IHT comercializou
mais de 100 unidades de CGardens. Mar-
co Duarte admite que, tendo em conta
o volume de pedidos, a empresa possa
superar o milhar destes dispositivos de
agricultura e jardinagem de nova geração
nos próximos tempos. O que pode ser
um indício de que o confinamento social
também tem o condão de incentivar os
consumidores a procurarem soluções
que garantem a produção de alimentos
de forma autónoma e cómoda.
“Este conceito nasceu de uma neces-
sidade pessoal minha. Tentei várias ve-
zes ter uma horta convencional e falhei
várias vezes, porque não tinha tempo
para cuidar da horta. E então decidimos
criar uma solução que não necessitasse
de tantos cuidados e atenções”, explica
Marco Duarte, através de entrevista em
videoconferência.
Para garantir maior autonomia e dis-
pensar os cuidados permanentes asso-
ciados à rega e fertilização, os criadores
dos CGardens engendraram uma solução
que tem por base uma estrutura com-
posta por dois níveis e três tipologias de
reservatórios. Na base, encontram-se
caixas de recolha de água que estão li-
gadas entre si por tubos numa lógica de
vasos comunicantes; num nível superior,
são colocadas as caixas de plantação que
deverão conter a terra em que crescem
os vegetais e que deixam passar a água
remanescente de cada rega para as cai-
xas coletoras que se encontram na base;
numa das extremidades deste nível su-
perior encontra-se uma caixa de com-
postagem que também deverá receber e
escoar água para uma caixa coletora que
do nível inferior e ainda duas caixas de
plantação de menores dimensões que
funcionam igualmente como tampas da
nem sempre agradável compostagem.
Todas estas caixas estão inseridas
numa caixa única de maiores dimensões,
que é constituída pelo compósito que
Uma empresa de Soure decidiu avançar com um novo
conceito de agricultura que não desperdiça água ou sol,
e apenas exige esforço para as atividades
que os hortelões realmente gostam de fazer
A NOVA
REVOLUÇÃO
AGRÍCOLA
Marco Duarte levou a IHT a apostar
nos CGardens depois de tentativas
em vão para criar uma horta.
"Atualmente, temos tempos de
espera de quatro semanas para a
entrega de cada CGarden", revela