(20200800-PT) Exame Informática 302

(NONE2021) #1
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/ PORTUGAL FAZ BEM

missões lunares diferentes e que vão en-
volver ainda outros países – Japão, Ale-
manha e Coreia do Sul estão confirmados
–, o que deverá permitir dar ‘saltos’ no
conhecimento sobre o satélite da Terra. A
estes nomes juntam-se os das empresas
SpaceX e Blue Origin: a primeira promete
realizar, em 2023, um voo lunar com
o milionário japonês Yusaku Maezawa
a bordo; já a segunda tem planos para
colocar em solo lunar a sonda Blue Moon,
que será especializada no transporte de
material, em 2024. Os planos destas em-
presas não ficam por aqui.


PRIVATIZAÇÃO DO ESPAÇO
Pela escala, custos e esforços necessários
para os projetos de exploração espacial,
sempre houve uma forte ligação entre
estas missões e os países responsáveis por
elas – daí que sempre tenham sido cono-
tadas com uma forte ligação geopolítica.
Mas olhar para as bandeiras das nações já
não é suficiente para acompanhar muito
do que se está a passar, e vai continuar
a acontecer, no domínio da exploração
espacial. Nos últimos cinco anos, têm
sido as empresas privadas as que mais
têm feito avançar alguns conceitos tec-
nológicos que permitem baixar os custos
da exploração espacial e tornam mais
alcançável que, um dia, talvez não muito
distante, ir ao espaço não seja exclusivo
para astronautas.
A SpaceX tem sido a empresa líder
nesta área. Com a criação de foguetões
reutilizáveis – com destaque para o mo-
delo Falcon 9 –, a tecnológica criada por
Elon Musk (CEO da Tesla) revolucionou
por completo a economia dos lança-
mentos espaciais, baixando os custos
de forma significativa (de uma média de
86 milhões para 55 milhões de dólares
por lançamento), isto porque consegue
recuperar o corpo principal do foguetão
após um lançamento. Mais: este rocket
espacial pode voltar a ser usado em fu-
turos lançamentos. Isto faz com que o


envio de satélites e outros equipamentos
de investigação para o Espaço seja muito
mais barato. A tecnologia da empresa es-
tende-se também à produção de cápsulas
de transportes, com destaque para a Dra-
gon, capaz de albergar equipamentos,
mantimentos ou pessoas. Recentemente,
a SpaceX fez história ao tornar-se no
primeiro operador privado a transportar
com sucesso astronautas para a Estação
Espacial Internacional.
Outro nome grande no setor privado é
a Blue Origin. A empresa está, claramen-
te, num patamar diferente do da SpaceX,
já que ainda não concretizou nenhuma
missão relevante de transporte, material
ou humano, desde que foi fundada. Mas
a empresa já testou várias vezes com su-
cesso foguetões suborbitais reutilizáveis,
tendo inclusive feito uma destas unidades
voar por seis vezes, conseguindo-o recu-
perar sempre com sucesso. Um dos se-
gredos para o sucesso da Blue Origin está
no seu fundador – Jeff Bezos, o homem
mais rico do mundo e diretor executivo
da Amazon. O bilionário já disse que vai
investir milhares de milhões de euros da
fortuna pessoal na exploração espacial
na próxima década, o que dá músculo às
ambições da Blue Origin e já com alguns
resultados à vista – um consórcio lide-

rado pela empresa está, neste momento,
na linha da frente para ser responsável
pela construção do veículo da missão
Artemis 3, que vai levar humanos à Lua.

OS MISTÉRIOS DE MARTE
Julho prometia ser um mês quente no
lançamento de sondas para Marte. Desde
o dia 17 até 11 de agosto que a menor
distância entre a Terra e o planeta ver-
melho criam uma janela ‘perfeita’ para
o lançamento de satélites, sondas e ou-
tros projetos de investigação – a cada 26
meses, Terra e Marte ficam ‘apenas’ a 55
milhões de quilómetros de distância. Mas
os atrasos provocados pela pandemia
da Covid-19 criaram incerteza quanto a
três dos quatros lançamentos previstos:
a Emirates Mars Mission, dos Emirados
Árabes Unidos, com o lançamento da
sonda Hope (análise da baixa atmosfera
e evolução meteorológica de Marte); a
missão Tianwen-1, da China, composta
por sonda orbital, veículo de transporte
e veículo de exploração e com lança-
mento previsto para 23 de julho; e a Mars
2020, dos EUA, composta pelo robô de
exploração Perseverance, a 30 de julho.
Havia uma quarta missão programada
para julho, mas que já foi adiada para
2022 – a missão ExoMars, da Agência

Imagem
do foguetão
Falcon 9 e da
cápsula Dragon
Crew na missão
que levou dois
astronautas à
Estação Espacial
Internacional,
no final de maio
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