Q
uando testámos o pri-
meiro Fold dissemos que
tinham sido várias con-
cessões importantes para
se conseguir chegar ao
dobrável. Com destaque para a gran-
de moldura em redor do ecrã prin-
cipal, marca da dobra muito visível,
espessura exagerada e ecrã exterior
pequeno. Atenção: o primeiro Fold
foi um produto revolucionário, que
vai ficar na história dos dispositivos
móveis, mas tinha os defeitos típicos
de uma primeira geração.
Esperávamos uma melhoria con-
siderável no Z Fold 2. Mas podemos
dizer já que a evolução foi superior à
antecipada. A maioria das concessões
foram resolvidas e o Fold 2 já parece
um smartphone ‘maduro’. Mais do
que seria de esperar de uma segunda
geração da tecnologia. Nunca é de-
mais sublinhar que este é um smar-
tphone com ecrã dobrável. Algo que
parecia ficção científica há poucos
anos e que continua a desafiar os nos-
sos sentidos. Há qualquer coisa que
não nos parece natural quando vemos
um ecrã a dobrar à nossa frente.
ECRÃ PRINCIPAL À GRANDE
As melhorias no ecrã central, o tal que
se dobra, são várias e importantes:
há mais área de ecrã disponível, mais
resolução, maior fluidez (até 120 Hz)
e, muito importante, menos marca da
dobra. Não tanto em profundidade,
mas em largura. De outro modo, a
marca da dobra está mais estreita,
embora se note perfeitamente ao to-
que. Torna-se quase invisível quando
olhamos para o ecrã de frente, mas
basta inclinarmos um pouco o ecrã
para se tornar evidente. Ainda assim,
preferimos ‘mil vezes’ esta pequena
marca a qualquer moldura física, por
mais estreita que seja, como acontece
em sistemas com dois ecrãs articu-
lados. O que não evoluiu foram os
reflexos, ainda muito evidentes. Tam-
bém não gostámos do modo como
este ecrã ‘agarra’ impressões digitais.
A área do ecrã é tão vasta, que tor-
na, na prática, o Fold 2 um tablet de
bolso. E logo pensámos: como seria
bom que a Samsung tivesse adicio-
nado o estilete, e respetiva funciona-
lidade, que acompanha o novo Note.
É que no Fold 2 ainda há mais espaço
para tomar notas e desenhar. Na prá-
tica, temos o equivalente a um bloco
de notas já razoável. Mas logo con-
cluímos: “mmm, se aquela depressão
da dobra já se sente bem com o dedo,
seria demasiado penalizadora da ex-
periência de se usar um estilete”. O
que comprovámos quando tentámos
usar um estilete ‘universal’: o peque-
no vale provocado pela dobra do ecrã
estrega a experiência. É o equivalente
a desenhar sobre uma cartolina que
foi dobrada porque se sente muito
quando se passa o lápis pela zona do
vinco que resulta da dobra.
A margem mínima, muito mais
próxima do que estamos habituados
a ver em smartphones ‘normais’ de
segmentos superiores, é conseguida
também porque a Samsung optou por
uma câmara de selfies tipo furo. Bem
melhor que a monocelha descentrada
do primeiro Fold. Mas, numa opinião
que sabemos ser polémica, prefería-
mos viver sem esta câmara de selfies
e, desse modo, ter o ecrã imaculado.
Até porque há outra câmara de selfies
no ecrã exterior. Na verdade, nem
era preciso qualquer câmara dedica-
da aos selfies já que, quando aberto,
o ecrã exterior pode ser usado para
fazer o preview, o que significa que
é possível usar as câmaras principais
como câmaras de selfies. Mais uma
vantagem de um dobrável.
MAIS TEMPO FECHADO
Uma das maiores críticas que fizemos
ao primeiro Fold foi a reduzida di-
mensão do ecrã exterior. Na prática, o
Fold da primeira geração obriga-nos a
abrir sempre o aparelho quando que-
remos usar uma app. Era importante
ter um ecrã exterior maior, o que foi
conseguido neste Fold 2. Um ecrã
muito alongado, é certo, mas com
área q.b. para se evitar a utilização