PCGuia268-Maio-2018-opt

(NONE2021) #1

24 / PCGUIA


A Huawei convidou
jornalistas de todo
o mundo para uma
visita a dois dos seus
centros de pesquisa
e desenvolvimento
para mostrar a
visão para o futuro
dos smartphones.

A LONGA MARCHA DA HUAWEI


POR PEDRO TRÓIA, NA CHINA

NESTE MOMENTO, O FOCO PRINCIPAL DO DESENVOLVIMENTO É BATER
A CONCORRÊNCIA NA CHEGADA AO MERCADO DOS EQUIPAMENTOS 5G.

ESPECIAL


C


riada em 1987, na zona económica
espacial de Shenzhen a paredes
meias com Hong Kong, a Huawei
foi uma das empresas na linha da frente
da modernização da infraestrutura de
telecomunicações da China que ocorreu no
final do século XX. Mas foi apenas em 2003
que foi criada a divisão responsável pelo
desenho e fabrico de smartphones.
O primeiro produto comercial, o C300
acabou por chegar ao mercado em 2004.
Em quinze anos, a empresa chinesa passou
de outsider num mercado dominado por
marcas como a Apple e a Samsung, ao
terceiro lugar do ranking de fabricantes de
dispositivos móveis, e está presente em mais
de 170 países. O nome ‘Huawei’ é composto
por dois caracteres chineses.
O primeiro quer dizer ‘flor’, representada no
logo da empresa, mas também pode querer
dizer ‘China’. O segundo significa ‘acção’
ou ‘conquista’. Por isso, literalmente,
‘Huawei’ quer dizer ‘conquista da China’
ou ‘conquista Chinesa’.

DE VOLTA À UNIVERSIDADE

A poucos dias do lançamento do mais
recente smartphone topo de gama da
empresa, o P20, estivemos em dois dos mais
importantes centros de pesquisa e desen-
volvimento da Huawei em Shenzhen e em
Pequim onde pudemos ver alguns aspectos
dos vários passos de controlo de qualidade
por que passam todos os modelos fabricados
pela marca chinesa. Em Shenzhen está
situada a ‘Universidade Huawei’, onde estão

reunidos muitos departamentos da empresa,
em vários edifícios espalhados por uma área
de dois quilómetros quadrados. Estes vão
desde a contabilidade geral, até à formação
dos empregados que trabalham nas fábricas
e nas subsidiárias de todo o mundo,
passando por uma forte componente de
pesquisa e desenvolvimento de produtos.
Nestas instalações trabalham sessenta
mil pessoas, entre população fixa e os
empregados que vêm para acções de
formação. Além das áreas de trabalho, na
Universidade da Huawei há acomodações,
instalações desportivas e dezenas de
restaurantes que oferecem comida de todo
o mundo. Por ano, a marca recebe, só
para aqui, cerca de 150 mil candidaturas
para emprego – contudo, apenas dez mil
pessoas são contratadas.

O INVESTIMENTO EM PESQUISA
E DESENVOLVIMENTO

Foi aqui que vimos o P20 Pro, o mais recente
smartphone que a empresa apresentaria
em Paris duas semanas depois. Apesar de
ser já uma unidade de produção final, para
evitar ‘spoilers’, tudo foi feito sob um manto
de secretismo: não se podia fotografar e
só tivemos poucos minutos para o poder
ver.Numa conferência organizada pela
Huawei (entre uma grande quantidade de
números acerca de facturação, lucros e de
investimento em pesquisa e desenvolvi-
mento, que já chegou aos 450 mil milhões
de dólares em dez anos) ficámos a saber

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