05-12-2020 PC Guia

(NONE2021) #1

O FUTURO


É UM DIA DESTES


Estamos em época de balanço e de exercer
os habituais dotes de futurologia. Se muitos
de vocês vão querer esquecer 2020, saibam
que vai ser dos anos mais famosos - ou
melhor, infames - da História moderna
e das redes sociais, digitais e analógicas.
Digo eu, que sou péssimo a adivinhar o futuro.


Este foi o ano de adiar a vida. Os ciclos
naturais da nossa sociedade de consumo
e entretenimento foram alterados por
‘vocês-sabem-bem-o-quê’. Jogos Olímpicos,
Europeu de Futebol, festivais e aquelas
pequenas coisas que fazem tanta diferença
no pautar do calendário tiveram de ficar para
o ano. Fomos obrigados a viver no presente,
numa espécie de exercício de mindfulness
coercivo. Não aprendemos nada.


O que aprendi foi que as redes sociais
(virtuais e IRL) são uma caixa de fósforos.
Deveriam ser uma caixa de chocolates,
com a ocasional dor de barriga, mas não.
Uns por acidente, outros por diversão, alguns
de propósito, todos acenderam fósforos onde
não deviam e criaram reacções em cadeia que
nos podem queimar a todos. O mais engraçado
é que os piores foram os que defendem que
se devem atirar os pirómanos para o meio
dos incêndios que criam.


O maior exemplo foi o incendiário-mor
dos Estados Unidos, que juntou meia nação
à volta de um país em chamas com tweets
surreais: «Venham para ao pé do fogo,
o meu fogo é bom» seguido de «As labaredas
nas vossas calças são FAKE NEWS!».
Ao menos, esse foi deposto, embora
em Portugal haja outros a querer seguir
a mesma escola. Metáforas ígneas
à parte, 2020 deixou-nos de rastos.
E tenho quase a certeza de que 2021 tem já
um evento cataclísmico na manga. Mas,
como disse, sou péssimo adivinho.


O que vos posso dizer sobre o futuro
é que está para breve. Espero.


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INVESTIGADORES DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA
DESENVOLVEM MICRORREDE DE ELEVADA EFICIÊNCIA
ENERGÉTICA

Uma equipa do Instituto de Sistemas
e Robótica da Universidade de Coimbra
(ISR-UC) desenvolveu uma microrrede cujos
«primeiros resultados indicam uma eficiência
energética entre os 85-90%», explica
a universidade. As redes inteligentes de
distribuição de energia (microrredes ou
microgrids) contribuem para a redução das
emissões de dióxido de carbono e combatem
o desperdício de energia. É por isso que
Alexandre Matias Correia, investigador
principal do projecto acredita que «o futuro
passa, sem dúvida, por estas soluções
tecnológicas».
A microrrede criada pela ISR-UC «agrega
produção fotovoltaica, armazenamento de

Alex Gamela
@alexgamela

O QUE VEM
À REDE

energia em baterias de iões de lítio, controlo
inteligente de cargas e interação vehicle to
grid (V2G) usando carregadores eléctricos
com silicon-carbide, ou seja, carregadores
especiais que permitem transferência de
potência bidirecional de elevada eficiência».
O sistema solar fotovoltaico integrado no
projecto tem uma potência de 78 kWp.
Alexandre Matias Correia salienta a inovação
da solução criada: «O nosso trabalho
consistiu em interligar todos os activos
e colocá-los a funcionar em conjunto, para
ter uma microrrede que consiga funcionar
autonomamente, só com a sua produção
local e capacidade de armazenamento.
O sistema que desenvolvemos é, cremos nós,
o primeiro em Portugal a incluir V2G (vehicle
to grid) e carregadores silicon-carbide e será
usado para desenvolver algoritmos de
controlo de microrredes numa panóplia de
cenários». O próximo passo da investigação
será desenvolver uma microrrede específica
para ser utilizada em situações de catástrofe,
como revela Alexandre Matias Correia:
«Vamos desenvolver novos algoritmos
e estratégias de controlo que permitam
manter e garantir o fornecimento de energia
mesmo durante situações de catástrofe,
como incêndios florestais, furacões,
cheias etc». M.F.

Os Estados Unidos da América abriram uma
(pequena) excepção ao bloqueio de venda de
tecnologia e colaboração com Huawei.
A Qualcomm confirmou à agência Reuters que
o governo americano lhe deu permissão para
vender chips 4G à Huawei.
A Qualcomm não divulgou que chips foram
permitidos, no entanto, o facto de mencionar
especificamente ‘4G’ indica que os chips para os
produtos de próxima geração estão fora de
questão. Até ter sido imposto o bloqueio por
parte dos EUA, a Huawei utilizava os Kirin
(desenvolvidos internamente) nos dispositivos de

gama alta e os Snapdragon da Qualcomm para
os modelos mais baratos. Segundo a Reuters,
o argumento apresentado pela Qualcomm para
obter a excepção ao bloqueio foi o de que, se
deixasse de vender à Huawei, rivais de fora dos
EUA iriam ocupar a posição de fornecedor da
empresa chinesa. Esta excepção apenas
minimiza as dificuldades da Huawei, visto que
a empresa tem um acesso muito limitado a chips
fabricados fora da China. Neste país não existem
empresas que fabriquem microprocessadores
que tenham a vantagem tecnológica oferecida
por fabricantes conhecidos, como a TSMC. P.T.

QUALCOMM RECEBE
AUTORIZAÇÃO
PARA VENDER
CHIPS 4G À HUAWEI

A Huawei poderá estar em vias de vender a Honor
por quinze mil milhões de dólares a um consórcio chinês
para optimizar a sua oferta de smartphones.

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02 ON

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