DOENÇA DE ALZHEIMER
É uma doença hereditária que causa demência dege-
nerativa, caracterizando-se por uma deterioração in-
telectual profunda, desorientando a pessoa, que per-
de progressivamente a memória, as capacidades de
aprender, falar e realizar movimentos comuns do dia
a dia. O médico psiquiatra do Laboratório de Neuroci-
ências da Faculdade de Medicina da Universidade de
São Paulo, Dr. Orestes Forlenza explica que, durante
a evolução da doença, que pode levar de oito a doze
anos, vão surgindo alterações de comportamento e de
outras funções intelectuais até, numa fase adiantada,
o paciente tornar-se dependente de alguém para aju-
dá-lo a cuidar das atividades diárias mais básicas.
A perda de memória é o sinal mais comum do Alzhei-
mer, porém, quando se fala de pessoas idosas, é tam-
bém tratada como algo comum a essa fase da vida
- cerca de 10% de todas as pessoas acima de 65 anos
sofrem uma degeneração intelectual significativa –, o
que faz com que muitos familiares demorem a buscar
ajuda, atribuindo a perda de memória de seus paren-
tes idosos à velhice. A diferença é que nos doentes a
dificuldade de memorizar e registrar novas informa-
ções fica cada vez maior, já a capacidade de lembrar
de informações antigas é preservada. Segundo Ores-
tes, é por isso, que o paciente com Alzheimer, na fase
inicial, fala muito sobre o passado. Há uma lembrança
extraordinária de coisas que ocorreram há muito tem-
po, em compensação, não consegue lembrar-se o que
fez ontem. Ele também explica que, em uma perda de
memória decorrente da idade, que é muito comum, a
pessoa se propõe a memorizar e consegue. Já aquele
que tem Alzheimer não consegue registrar a informa-
ção. Com a progressão da doença, pode haver tam-
bém a perda da capacidade de falar, de dirigir e até
de desempenhar tarefas simples, como usar aparelhos
domésticos, cuidar da própria higiene, alimentar-se,
e vestir-se. Isso acontece porque são funções mentais
que dependem da memória, como, por exemplo, a de-
sorientação, que faz com que a pessoa se perca no
tempo, sem saber que dia é hoje, ou no espaço, não
sabendo o lugar onde está, ou se perdendo no cami-
nho de volta.
O Alzheimer altera diversos grupos de neurônios do
córtex-cerebral, mas sua causa ainda é pouco conhe-
cida, podendo ser, além da predisposição genética,
ligada a fatores congênitos, perturbações metabóli-
cas, intoxicações, infecções por vírus, entre outros. Por
conta disso, não existe uma prevenção para a doença,
apenas tratamento médico-psicológico, para melho-
rar a qualidade de vida do paciente, retardando sua
evolução. Porém, Orestes alerta que, devido a sua re-
presentatividade na população que envelhece, é uma
área incessante de pesquisas, o que pode tornar sua
cura não tão distante.Grupo Unico PDF Passe@diante