Banco Central do BrasilRevista Exame/Nacional - Capa
quinta-feira, 11 de março de 2021
Banco Central - Perfil 1 - Banco Centralo caixa”, diz Gustavo Ioriatti, diretor comercial da Linx
Pay Hub, fintech da empresa de software para o varejo
Linx. Em relação ao dinheiro físico, o Pix ainda
dispensa o custo e o risco de transportar os valores em
espécie. Por isso, diversos varejistas já começam a
aceitar o Pix.
Um deles é a marca de café Nespresso, que adotou o
meio de pagamento em seus 32 pontos de venda em
fevereiro. A expectativa é migrar 70% das vendas em
débito ou dinheiro para o Pix até o fim do ano. Só no
débito, são cerca de 50.000 transações por mês. “Leva
até menos tempo para pagar com Pix do que com
cartão, o que dá agilidade”, diz Gabriel Nobre, diretor de
finanças e tecnologia da Nespresso. Segundo o Banco
Central, 6 milhões de pagamentos de pessoas para
empresas já são feitos pelo Pix por semana.
O que todas as empresas buscam é oferecer uma
opção de pagamento cômoda e com ganhos de
eficiência. No Grupo Pão de Açúcar (GPA), 60% das
vendas são feitas em débito ou dinheiro. Hoje o Pix já
está disponível em todos os 696 supermercados das
redes Extra, Assaí e Pão de Açúcar. “O número de
transações ainda é pequeno, mas há muito espaço para
crescer”, diz Cedric Faustino, gerente-geral de serviços
financeiros do GPA.
O Pix também traz ganhos para o comércio eletrônico.
No varejista online Kabum!, o Pix já é o segundo maior
meio de pagamento, atrás somente dos boletos, que
antes representavam 70% das vendas. Com o Pix, os
pedidos são processados mesmo nos fins de semana.
“Terça-feira sempre era um dia caótico, porque caíam
os pagamentos em boleto do fim de semana. Agora
conseguimos fazer entregas mais rápido”, diz Leandro
Ramos, presidente e cofundador do Kabum!. Mais de
500.000 vendas pelo Pix foram feitas desde o meio de
dezembro.
A expectativa é que o Pix substitua outras transações.
Neste mês de março, o sistema ganha a funcionalidade
do Pix Cobrança, que permite gerar um código para
receber pagamentos futuros. Ele substitui os boletos
para receber pagamentos de fornecedores ou
consumidores. Cobranças de TV a cabo poderão ser
pagas pelo Pix, para citar só um exemplo.Há mais novidades previstas para o Pix neste ano: a
integração da agenda de contatos do celular, a opção
de fazer saques e, por fim, o pagamento por
aproximação, no lugar do QR Code. “A dinâmica de
evolução é permanente. Temos um time focado em
acompanhar necessidades e desenvolver novos
produtos”, diz Carlos Eduardo Brandt, chefe adjunto de
competição do Banco Central. No ano que vem, o
plano é lançar ainda o débito automático, as
transferências internacionais e o chamado Pix
Garantido. Essa modalidade permitirá pagamentos a
prazo, o que, na prática, serve para compras
parceladas. Como se vê, as facilidades são tantas que o
dinheiro em papel só perde utilidade. A era da moeda
digital veio para ficar.Banco sem amarra
O open banking — um sistema bancário aberto —
tornará mais fácil o acesso a dados e a informações
bancárias de clientes. E isso deve ser bom para todo
mundoO mercado de fintechs no Brasil está em franca
ascensão. Existia, no final de 2020, um total de 742
startups financeiras no Brasil, um aumento de 34%
sobre 2019, segundo a consultoria Distrito. Esse
mercado, no entanto, está longe de uma consolidação.
O número de participantes pode dobrar nos próximos
anos.Primeiro porque há oportunidades para resolver
problemas bem brasileiros (como altas taxas de juro
para o consumidor, dificuldade de obtenção de crédito e
parte da população ainda desbancarizada). Segundo