Banco Central do Brasil
Revista Exame/Nacional - Capa
quinta-feira, 11 de março de 2021
Banco Central - Perfil 1 - Banco Central
horizonte do investimento, devido a características
como a elevada volatilidade e a baixa correlação com
outros mercados.
“Os criptoativos devem ser contabilizados como um
misto das caixas de proteção, internacionalização e alto
risco do portfólio”, disse Juliana Machado, especialista
em fundos da EXAME Invest Pro, em relatório recente
sobre ativos cripto. Para quem pretende iniciar o
investimento na categoria, ela recomenda alocar 5% do
patrimônio para ganhar familiaridade com o
comportamento do ativo. E não é necessário comprar
diretamente o criptoativo.
Já existem fundos dedicados a alocar parte dos
recursos em tais ativos, como o da gestora Hashdex,
uma das mais conhecidas do mundo, que tem um
produto dedicado ao investidor de varejo. Seguindo as
regras regulatórias, o fundo investe até o limite de 20%
em tais ativos, limitando os ganhos, mas também os
riscos. Mas não são apenas as pessoas físicas que
estão aderindo aos criptoativos no país.
Canhada, da Foxbit, diz que empresas passaram a
buscar bitcoins para alocar parte do caixa. É o caso da
fintech Yubb, que começou a adquirir bitcoins em 2020.
O criptoativo corresponde a cerca de 15% do caixa. “Há
um potencial muito grande de desvalorização de
moedas tradicionais, como dólar e euro, seja por
questões econômicas, seja por impressão desenfreada”,
diz Bernardo Pascowitch, presidente da Yubb, sobre o
racional da escolha. São decisões que se multiplicam
motivadas não só pela forte valorização mas também
pela adesão crescente, em um círculo que se
retroalimenta.
A tokenização da economia
Do investimento em imóveis à compra de vinhos, cada
vez mais empresas testam o modelo — uma espécie de
“ficha” digital que representa ativos reais
Jogadores de pôquer já conhecem este modelo na
prática. Os tokens são a representação digitalizada de
um ativo do mundo real, como as fichas que simbolizam
o valor apostado no jogo. Eles começaram a crescer em
2017 e eram voltados inicialmente para a captação de
recursos para projetos em blockchain (a rede que
garante as transações de moedas digitais).
A diferença deles para os criptoativos como o bitcoin,
que têm sua própria rede, é que os tokens podem ser
registrados em redes blockchain de terceiros. Isso
possibilita levar os tokens a mais empresas de
diferentes setores, o que não seria possível — nem
seguro — se cada uma delas precisasse desenvolver o
próprio blockchain.
Os tokens costumam ser vendidos pelo emissor em seu
site, mas em alguns casos são comprados em
plataformas especializadas, como Nifty e OpenSea. As
possibilidades são incalculáveis. Com os tokens, a
tecnologia blockchain ultrapassa a barreira do digital,
torna as vendas de ativos mais eficientes, seguras e
ágeis, e, claro, reduz custos e aumenta receitas.
Seja para fracionar ativos de investimento, seja para
criar artigos digitais colecionáveis, os tokens (ou o
processo de “tokenização”) têm o potencial de virar de
cabeça para baixo o mercado financeiro.
TOKENS DE VALOR MOBILIÁRIO (SECURITY
TOKENS)
O QUE SÃO Tokens que representam valores
mobiliários, como cotas de um fundo de investimento ou
participação em uma empresa
EXEMPLO
REITBZ: primeiro security token emitido por um banco
no mundo (BTG Pactual, do mesmo grupo da EXAME),
ele representa cotas de um fundo de investimento do