Newsletter Banco Central (2021-03-13)

(Antfer) #1
Banco Central do Brasil

Revista Exame/Nacional - Capa
quinta-feira, 11 de março de 2021
Banco Central - Perfil 1 - Banco Central

milhões de dólares) atingiu recorde em dezembro.


Gestoras focadas em investidores institucionais, como
Grayscale e BitGo, tiveram recorde de aportes. A
Grayscale chegou a deter mais de 3% de todos os 18,6
milhões de bitcoins em circulação. “Já existem grandes
empresas listadas nas bolsas reportando a posse de
bitcoin em seus balanços”, diz Ricardo Dantas,
copresidente da Foxbit, uma das maiores exchanges
(corretoras) de criptoativos do país.


A alta recente teve início com o anúncio do serviço de
pagamentos PayPal, em outubro de 2020, de que
passaria a oferecer serviços com criptoativos para seus
350 milhões de usuários. Mais tarde vieram empresas
como Visa, Mastercard, MicroStrategy, Square e J.P.
Morgan, e investidores como Stan Druckenmiller, Paul
Tudor Jones, Ray Dalio, entre outros. Em fevereiro, foi a
vez de a Tesla anunciar a compra de 1,5 bilhão de
dólares em bitcoins, o que levou o preço, mais uma
vez, às alturas.


Os recordes levantaram dúvidas em quem ainda não
participa do mercado: será que já é tarde para entrar? A
realidade diz que a jornada do bitcoin e dos criptoativos
está só começando. “Não é possível prever o que vai
acontecer com os preços, mas é notável quanto o
mercado está mais maduro, com melhor liquidez,
maiores certezas regulatórias. É mais uma motivação
para aqueles que acreditam no poder dos criptoativos
no longo prazo”, diz Changpeng Zhao, presidente da
Binance, a maior exchange de criptoativos do mundo.


No início de março, o Citi GPS, braço de inovações
tecnológicas do Citigroup, divulgou um relatório em que
afirma que o bitcoin deixou para trás o passado de
“aspirante a ativo de investimento”, e que a
criptomoeda está perto de um “movimento de adoção
massiva”.


Há outra tendência. O perfil dos investidores está
mudando. O controle de riquezas está saindo dos baby
boomers (nascidos de 1946 a 1964) e da geração X
(nascidos de 1965 a meados dos anos 1980), e
chegando aos millennials, que vieram ao mundo depois
da metade da década de 1980. A mudança geracional
favorece o bitcoin. Os millennials são nativos digitais.
Logo, é compreensível, e até esperado, que enxerguem
o dinheiro digital com naturalidade. Uma pesquisa do
deVere Group diz que 70% dos jovens nascidos a partir
de 1985 preferem o bitcoin ao ouro, o que dá uma ideia
do que vem por aí.

Para os mais otimistas, a tendência é que os
criptoativos se consolidem e, em um futuro próximo,
sejam parte da rotina. Mas ninguém discorda de que o
futuro do dinheiro não está no papel-moeda, mas em
transferências instantâneas feitas pelo celular e
registradas em redes globais de computadores.

O CRIPTO ENTRA NA CARTEIRA


O investimento em criptoativos está mais acessível e
ganha espaço na estratégia de alocação até do
investidor do varejo

O bitcoin e outros criptoativos estão cada vez menos
restritos aos entusiastas do tema. É crescente o número
de investidores que decidem alocar parte do patrimônio
nesses ativos como estratégia de diversificação e de
busca por maiores ganhos. No mundo, essa base
alcançou a marca de 100 milhões de usuários em
janeiro, o que representou um crescimento de 43% em
apenas seis meses.

O Brasil também faz parte do fenômeno. A Foxbit, uma
das maiores corretoras de criptomoedas do país, relata
a abertura, em média, de 3.500 contas por dia. Há dois
anos, o número atingia 150 contas em um dia acima da
média, conta João Canhada, presidente da Foxbit. São
ativos, no entanto, que não são recomendados para
todo mundo. Depende do perfil do investidor e do
Free download pdf