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Banco Central do Brasil

Revista Exame/Nacional - Carreira
quinta-feira, 11 de março de 2021
Banco Central - Perfil 1 - Davos

O futuro da faculdade é fora dela
Com a pandemia rompendo divisões entre ensino
presencial e remoto, edtechs como a Descomplica, de
cursos 100% online, atraem investidores


Ao passo que as matrículas para cursos presenciais em
faculdades caíram 70% no segundo semestre de 2020
por causa da pandemia, negócios de tecnologia como a
edtech carioca Descomplica bombaram no ano
passado. As matrículas nos cursos de pós-graduação
da Descomplica multiplicaram-se por dez — hoje são
30.000 alunos.


Por causa do boom do ensino remoto, um projeto antigo
saiu do papel: a Faculdade Descomplica, lançada em
agosto, e hoje com cursos de pedagogia, administração,
contabilidade e gestão de pessoas. A boa fase atraiu
investidores. No mês passado, a edtech recebeu 84,5
milhões de dólares — quase o triplo de tudo o que havia
recebido antes — de fundos de peso, como o SoftBank.
A bolada vai para a expansão da faculdade digital.
“Queremos sair de quatro para 50 cursos no menor
tempo possível”, diz Marco Fisbhen, fundador da
edtech.


Ao que tudo indica, histórias de sucesso no ensino
online vão ficar mais comuns daqui para a frente, à
medida que a pandemia quebrar preconceitos contra o
ensino à distância, também conhecido pela sigla EaD.
Antes da crise sanitária, 65% dos alunos de cursos
fortes no presencial, como enfermagem, direito e
engenharia, consideravam a sala de aula insubstituível,
segundo uma pesquisa da consultoria Atmã Educar,
especializada no setor. No fim de 2020, a fatia caiu para
43% dos estudantes.


“O que antes era um plano B passou a ser a primeira
opção para muitos estudantes”, diz Rodrigo de Godoy,
head da EXAME Academy, unidade de cursos online da
EXAME que prepara o lançamento de um portfólio de
cursos de graduação e pós, de modo online,


no primeiro semestre de 2021.

Para além da pandemia, o governo federal deu um
empurrão ao ensino online. Em 2019 o Ministério da
Educação autorizou cursos presenciais a colocar online
até 40% das aulas, atendendo ao desejo de grupos
educacionais como Cogna, Ser, Yduqs e Ânima, que
apostam num futuro em que o ensino superior vai
misturar aulas online e presenciais — o chamado ensino
híbrido. “O que a crise sanitária fez foi catalisar um
processo que demoraria até dez anos para ocorrer no
ensino superior”, diz Romário Davel, sócio da Atmã
Educar.

Um desafio para novatas no ensino superior online,
como a Descomplica, é a definição de preços. Hoje, o
desconto é um fator importante na decisão de escolha
por um curso online: 41% dos estudantes de EaD
optaram por essa modalidade por causa dos preços
baixos, diz uma pesquisa recente da consultoria Educa
Insights. A mudança no patamar do setor vai depender
de boas estratégias de marketing, diz Daniel Infante,
sócio da Educa. “É o canal para tornar o negócio
conhecido enquanto não há ex-alunos para falar bem da
faculdade”, diz.

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