G.A. - Se essa mansão falasse
Banco Central do Brasil
Revista Época/Nacional - Colunistas
sexta-feira, 12 de março de 2021
Cenário Político-Econômico - Colunistas
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Autor: Guilherme Amado, com Eduardo Barretto e
Naomi Matsui
Tarcísio de Freitas, ministro da Infraestrutura, também
comprou um imóvel em Brasília: um apartamento no
Noroeste, bairro nobre da capital, por R$ 2,1 milhões. A
compra, também pelo Banco de Brasília (BRB), reforça
indícios de como a transação imobiliária de Flávio
Bolsonaro, uma mansão de quase R$ 6 milhões com 2
mil metros quadrados, parece desproporcional diante de
seus vencimentos. Ex-capitão, ex-presidente do
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes
(Dnit) e servidor concursado da Câmara, Freitas
comprou o apartamento de 190 metros quadrados em
janeiro. Pegará as chaves só a partir de agosto. Mas as
diferenças entre a compra do apartamento de Tarcísio e
da luxuosa casa de Flávio vão além disso.
Flávio e a mulher, Fernanda Bolsonaro, financiaram R$
3,1 milhões do valor total de R$ 5,9 milhões do imóvel
junto ao BRB com taxas de juros baixas, mas nas quais
há acréscimo da inflação, em 360 meses. Também em
30 anos, Tarcísio e a mulher, Cristiane Freitas,
financiaram R$ 1,2 milhão, mas a juros mais altos, sem
a variante da inflação. Nessa diferença, está tudo OK.
Os dois casais apenas escolheram modalidades
diferentes de taxas. O contraste desfavorável para
Flávio começa agora.
A escritura pública da mansão foi registrada em
Brazlândia, a 45 quilômetros de Brasília, um expediente
incomum. Tarcísio, por sua vez, oficializou o negócio em
um cartório no centro da capital, próximo ao imóvel,
como geralmente se faz.
O cartório usado por Flávio tarjou a escritura pública
para esconder informações do senador, sem permitir
assim saber se a renda informada pelo casal
completava o mínimo exigido pelo BRB.