EDITORIAL - Bolsopetismo, o pior dos pesadelos
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Revista Isto é/Nacional - Editorial
sexta-feira, 12 de março de 2021
Cenário Político-Econômico - Colunistas
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Autor: Carlos José Marques
Em um Brasil à deriva, assolado pelo buraco negro da
falta de vacinas, abismo vertiginoso que a tudo
consome, parece que o ruim pode ficar ainda pior.
Todos viram: o primeiro quadrilheiro do mal afamado
Mensalão, o chefão da gangue, despojado por um lance
monocrático das acusações que lhe pesavam. De volta
à disputa! Não há como resistir ao comentário diante da
situação. Muitos enxergam racionalmente os lances em
andamento e sabem, o jogo do poder é um labirinto.
Quem nos espera ao cabo dos caudalosos meandros da
transição em curso? A democracia ou o Minotauro? A
julgar pelo que dizem da polarização extrema e radical,
garantida entre Lula e Bolsonaro, estamos na galeria
dos belzebus. Há, naturalmente, uma hierarquia dos
demônios, ao sabor da vertente ideológica. Mas com a
tirania em andamento, não existe nada que supere o
poder libertário de um país mergulhado nos últimos
anos em sombras. Aos oráculos deuses das urnas
caberá o veredicto. Nessa guerra de insanos, à direita e
à esquerda, não existe Asmodeu menor. Tome-se o
caso daquele hoje aboletado na cadeira de controle do
Planalto. Monstro meio touro e meio homem, pulou do
labirinto e tomou o coração dos incautos como símbolo
de um poder capaz de impor sacrifícios humanos sem
precedentes. É o que conta a mitologia e verifica-se na
prática cotidiana de uma certa vereda tropical. O nosso
Minotauro Bolsonaro apresenta a inconfundível
fisionomia do Brasil populista, retocada por
maquiadores treinados nos salões da prepotência, que
vêm desde a ditadura. O fenômeno tem o seu lado
assustador.
Que estranha força é essa que junta o negacionismo
doentio da pandemia aos golpes assustadores de
controle do Estado e ao horror do vazio calculado de
ações para salvar o País? Que futuro aguardar na
ribalta eleitoral com alguém que não mostra coisa
alguma, salvo o projeto totalitário e tenebroso, desejoso
de cassar os direitos individuais mais elementares e