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DINHEIRO DA REDAÇÃO - Lula e o mercado


Banco Central do Brasil

Revista Isto É Dinheiro/Nacional - Dinheiro da Redaçao
sexta-feira, 12 de março de 2021
Cenário Político-Econômico - Colunistas

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Autor: Carlos José Marques


É clara e cristalina a expectativa do mercado após a
decisão do ministro Edson Fachin de anular as
condenações do ex-presidente Lula: ele teme a


polarização nos extremos radicais nas eleições
majoritárias de 2022. Nenhum dos dois potenciais
candidatos, Bolsonaro e Lula, são tidos como
alternativas capazes de conduzir o País ao prumo
econômico. Ao contrário: ambos, até pelo que
entregaram, foram encarados como desestabilizadores,
adeptos de medidas populistas que afetam o perfeito
ordenamento das contas e planos liberais. As decisões
de Bolsonaro, atrapalhando as reformas estruturais,
retardando o programa de privatização e negando o
valor da vacina como força motriz para reativar o
desenvolvimento — sem contar os movimentos na área
ambiental, estimulando queimadas e desmatamentos,
em dissonância com a orientação esperada entre
investidores do mundo —, sacramentaram a impressão
de que ele não será capaz de colocar o Brasil no trilho.
Poderá até empurrá-lo para um processo de
venezuelização, com descontrole inflacionário, do
desemprego e a fuga de capitais e empresas. Algo que
efetivamente já começou a ocorrer. Do mesmo modo,
Lula, após o aparelhamento sindical do Estado, desvios
em massa durante seus mandatos e crimes de diversas
naturezas, não conta com credibilidade alguma para
levar adiante um projeto considerado atraente pelo
capital. Lula e Bolsonaro, faces de uma mesma moeda,
parecem ser encarados como o pior dos jogos nos
pregões. E os indicadores nos dias seguintes ao
enunciado de Fachin mostraram isso. Em um cenário no
qual salvadores da pátria se projetam, as chances de
medidas populistas aumentam. E é o que já se verifica
em Brasília. Nos gabinetes do Planalto, a primeira
avaliação é a de que o governo irá incrementar as
ações junto a camadas de baixa renda para garantir a
popularidade do capitão frente à do demiurgo de
Garanhuns. O Auxílio Emergencial, em valores fora do
suportável nas contas públicas, será apenas a primeira
das etapas. O mandatário já discute com assessores a
possibilidade de ampliar o universo de atingidos pelo
programa. Também pediu “respostas urgentes” para a
adoção de um “Bolsa Família” maior. Ele pretende se
apresentar como aquele que “mais fez pelo povo
brasileiro”. Nessa disputa, o teto de gastos deve ir às
favas. A guerra eleitoral binária, em início de
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