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sexta-feira, 12 de março de 2021
Cenário Político-Econômico - Colunistas
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Autor: Edson Rossi
Que audiência!
Netflix perde. A sequência de ações e decisões do
sistema judicial brasileiro é imbatível em termos de
reviravoltas, novos dramas, alguma tragédia e, claro,
buracos no roteiro. Ou alguém entendeu por que Dilma
Rousseff sofreu impeachment e não perdeu os direitos
políticos por oito anos – um daqueles momentos Joguei-
A-Constituição-No-Lixo. O episódio mais recente na
temporada 2021 começa com a determinação do
ministro Luiz Edson Fachin, na segunda-feira (8), de
anular as condenações do ex-presidente Lula. Fachin
decidiu que a 13ª Vara Federal de Curitiba, do qual
Sergio Moro era titular, não poderia julgar os casos e
que tudo deve ser feito na justiça de Brasília. Na prática,
restabeleceu os direitos políticos de Lula. Mas o efeito
igualmente maior do ministro do STF passou sob menos
holofote da mídia: quem Fachin livrou mesmo foi Moro,
que passaria ao largo de ser considerado parcial –
termo equivalente a juiz ladrão, no futebol. Se os
processos não ‘existiram’ em Curitiba, Moro nada de
errado fez na capital paranaense.
DESTINO DE MORO ESTÁ EMPATADO NO STF
Foi o bastante para irritar Gilmar Mendes que, 24 horas
depois, decide ressuscitar o julgamento de suspeição de
Moro, adormecido no STF desde 2018. Na terça-feira
(9), fez um longo e elogiado voto de abate ao ex-juiz.
Foi seguido por Ricardo Lewandowski. Agora a votação
está 2 a 2 (há três anos, Fachin e Cármen Lúcia haviam
votado pela imparcialidade de Moro). Entre 2018 e hoje
uma peça importante entrou na trama: os vazamentos
das conversas republicanas pelo site The Intercept.
Para dar pitadas de reviravolta, Cármen Lúcia indicou
que pode mudar seu voto. Com esse tipo de enredo na
mão, o voto de minerva coube ao novato Kassio Nunes
Marques, recém-indicado pelo presidente. Ele pediu
vistas. Ou seja, interrompeu o desfecho. Na trama, está
claro que os membros do STF não conversam antes de
decisões que impactam todo o País. Está claro que não