Banco Central do Brasil
Revista Isto É Dinheiro/Nacional - Negócios
sexta-feira, 12 de março de 2021
Banco Central - Perfil 1 - Pix
empresa pretende oferecer em breve novos serviços
financeiros, como empréstimos e investimentos. O
pacote de seguros residenciais, de veículos e de vida já
está disponível.
De acordo com a empresa, os usuários já realizaram
600 mil downloads do SuperApp Dotz. Deste total, 300
mil estão aptos a utilizar as soluções de pagamentos, já
integradas ao Pix e com aceitação em mais de 2
milhões de estabelecimentos, por meio de parceria com
a Elo. O plano é alcançar 10 milhões de clientes em até
dois anos. O desafio é grande e, para atingi-lo, a
empresa comandada pelo CEO Roberto Chade pensa
não apenas organicamente, mas também na aquisição
de companhias de tecnologia que possam contribuir
com o ecossistema.
ALERTA
O especialista Filipe Ferreira, diretor financeiro na
Comdinheiro, plataforma que oferece soluções para o
mercado financeiro, vê com bons olhos a diversificação
do portfólio da Dotz. Segundo ele, a empresa está
atenta ao movimento do mercado e consciente de que
sobreviver apenas com a troca de pontos seria muito
difícil. Ao adotar a nova estratégia, no entanto, a Dotz
vai abrir competição com players muito fortes. “Tanto
com as empresas de varejo, que estão olhando o
segmento de carteira digital e fidelidade, como
Magazine Luiza, Via Varejo e B2W, quanto com os
próprios bancos digitais que já estão sólidos no
mercado, casos, por exemplo, do Banco Inter e do
Nubank”, afirmou Ferreira.
Ele acredita que a robusta rede de parceiros pode
ajudar a Dotz a dar os primeiros passos nas novas
estratégias, nas quais ainda é incipiente. Para ele, a
companhia vai precisar “calçar as sandálias da
humildade”, se enxergar como startup e se valer da
velocidade para ocupar espaço. “Ela não pode crer que
a experiência adquirida em pontos será a solução para
desbravar o mercado de meio de pagamentos e
marketplaces.” Uma coisa ajudará muito, porém. A
captação dos R$ 700 milhões pretendida no IPO.
Segundo Ferreira, o mercado brasileiro é extremamente
ávido por empresa de tecnologia.
Impactada pela pandemia em 2020, a empresa viu o
faturamento líquido cair para R$ 111 milhões, 12,7%
inferior ao de 2019. A diminuição, de acordo com a
companhia, foi decorrente da redução da receita de
resgate. A empresa fechou 2020 com prejuízo de R$
64,2 milhões. O resultado acabou afetado pela
recompra de participação da unidade LoyaltOne,
investimentos na Dotz Pay e despesas relacionadas a
debêntures. Apesar do efeito Covid-19 nos negócios, o
presidente da Abemf, João Pedro Paro Neto, acredita
que os programas de fidelização ainda têm muito a
crescer no Brasil.
Neto chamou atenção ainda para a queda de 12,2% –
na comparação entre o terceiro e o segundo trimestre –
na taxa de breakage, que mede o porcentual de pontos-
milhas que os consumidores deixaram expirar. De
acordo com o executivo, a redução demonstra que o
brasileiro está aprendendo a usufruir todos os
benefícios dos planos de fidelização. “Isso também é
consequência das ações realizadas para ampliar a
participação do cliente durante a pandemia. Uma das
medidas adotadas foi a prorrogação do prazo de
expiração dos pontos”, disse. De olho nos pontos,
segmento em que reina, a Dotz não quis a comodidade
de ficar no seu espaço e optou pelo risco de se tornar
banco, plataforma, marketplace, startup. O que for
preciso.
Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central - Perfil 1 -
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