Banco Central do Brasil
Revista Meio & Mensagem/São Paulo - Entrevista
terça-feira, 9 de março de 2021
Banco Central - Perfil 1 - Bolsa de Valores
para seus consumidores, temos de descobrir como
guiá-lo ali da melhor forma, e fazer isso de um modo
responsável, para ter certeza de que suas marcas,
produtos e serviços caiam nas mãos certas. É uma
grande responsabilidade, mas uma maneira melhor de
pensar na relação cliente-agência. Se só recebe uma
ordem e entrega algo, não tem muita criatividade. Você
pode ser um guia, o mais inteligente que consiga ser, e
ajudar esses clientes a tomarem decisões.
M&M — Vocês têm campanhas lindas, como True
Name, para MasterCard, mas as agências em geral não
são vistas como ambientes tão saudáveis e inclusivos.
Existe um gap entre o que se diz e o que se faz?
Suzanne — Isso é uma parte do nosso negócio da qual
se fala muito, e deveria mesmo serem criadas
condições onde todos possam florescer, sentir
pertencimento. Isso vai muito além das mulheres, mas
todos devem sentir que têm voz. Globalmente, temos
uma plataforma de inclusão que leva o assunto adiante,
não são pôsteres numa parede e os backgrounds que
temos nos encontros via Teams, trabalhamos mesmo
nos últimos três anos. Temos feito em todas as
diferentes companhias e mercados o "Day for a
meaning" Fechamos por um dia inteiro e focamos na
criação de condições em que pertencimento e inclusão
ocorram. O que isso faz é nos municiar com idéias para
todo o ano e formas como podemos criar essas
condições. Vai além de coisas que devemos fazer: claro
que estamos mudando nossos processos de seleção,
programas de treinamento e as escolas que visitamos e
nas quais procuramos jovens talentos, Mas esse "Day
for a meaning" diz respeito a resultados no dia a dia.
Como fazer uma reunião em que as vozes de todos
sejam iguais. Como criar espaços físicos em que
consciência e inclusão estejam diante de todos, porque
micro comportamentos levam a mudanças massivas.
Por exemplo, agora, cada vez que vamos fazer um novo
trabalho com qualquer cliente, olhamos para o que
chamamos de "Concious inclusion” e fazemos disso um
processo para nossa criação. Se estamos fazendo algo
novo para a MasterCard, como fizemos em True Name,
temos essa conversa sobre a inclusão consciente,
ambiente, as tensões que estão vindo e isso nos leva a
criar um trabalho diferente. Isso agora está em todos os
briefing que trabalhamos, o que é ótimo.
M&M — Qual é a mensagem de Suzanne Powers para
as mulheres do mundo em 2021?
Suzanne — É uma honra que me pergunte isso e o que
eu diria é “não parem". Parece uma mensagem
estranha, mas faço muita mentoria e sempre posso
dizer quando uma jovem está se retraindo, às vezes
nervosa, com medo que digam que ela esteja
advogando por ela própria. E isso é um problema. O
que eu diria para todas as mulheres é: continuem
adiante e levando todo o seu ser para o trabalho,
porque tendemos a esconder partes de nós, às vezes.
Sou mãe, filha, irmã, esposa, sócia. Antes da Covid,
podíamos esconder muito hem, porque você ia para o
escritório com o seu ser "do trabalho" Agora, todas
abraçamos todos os nossos eus e é a melhor forma de
empurrar as mulheres adiante, porque o “eu inteiro” traz
uma criatividade mais completa, invenção e
engenhosidade. Há uma razão pela qual as mulheres
conseguem fazer muitas coisas. Isso muda toda a
dinâmica dos negócios e do mundo. Minha mensagem é
"não pare, continue seguindo adiante”.
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