Banco Central do Brasil
Revista RI/Rio de Janeiro - CAPA
quarta-feira, 10 de março de 2021
Banco Central - Perfil 1 - Selic
O período de 30 dias pós-IPO foi uma “avalanche de
perguntas sobre a empresa e o setor” - uma enorme
quantidade de questionamentos dos investidores, e
ainda não havia um RI exclusivo. Entretanto, depois foi
contratado o Felipe Fontes como gerente, vindo do
departamento de RI da Alpargatas. Porém, após cerca
de um ano, Felipe Fontes já está deixando a Priner e
este mês, ele irá para outra companhia. Agora, entrará
para a área de RI da Priner a analista Aline Rodrigues
dos Santos, que trabalhava na Mills. Mais adiante, um
gerente também poderá ser contratado. “Realmente o
mercado de RIs está aquecido”, avalia Costa.
A Track&Field, varejista de moda fitness e praia, fez sua
oferta pública inicial de ações em outubro do ano
passado. A operação movimentou R$ 522 milhões. Com
16 anos em RI e passagens por grandes companhias
como CSU, Comgás e Unibanco, Renata Oliva Battiferro
se tornou head de Relações com Investidores da
Track&Field em fevereiro do ano passado. Ela conta
que auxiliou nos protocolos junto à CVM e participou do
roadshow. Daí, com o estopim da pandemia em março,
o processo de IPO foi congelado por alguns meses até
ser retomado a partir de julho. Foram realizadas
diversas reuniões virtuais com os executivos, uma rotina
intensa e produtiva, sem a necessidade de viagens e
deslocamentos. “Entrar antes do IPO na empresa foi
excelente para a criação de uma dinâmica de
relacionamento com os gestores e alta liderança e para
eu conhecer com profundidade a operação e o setor de
moda. Facilitou o meu aprendizado para eu passar ao
mercado as informações de forma ampla e abrangente”,
afirma Renata, que também é conselheira de
Administração do IBRI (Instituto Brasileiro de Relações
com Investidores).
O IPO da Tack&Field foi o segundo que ela atuou na
carreira – o primeiro foi da Smiles. Na visão dela, é
preferível e recomendável ter a área estruturada antes
do processo de abertura de capital.
Ela tem visto uma procura intensa por profissionais de
RI experientes, com vasta trajetória em empresas.
“Realmente, não existe uma fórmula mágica, a atividade
do RI é muito baseada na prática, nas soluções
encontradas diante dos problemas que surgem no dia a
dia. Assim, os profissionais vão adquirindo bagagem ao
longo da carreira. Mas na situação atual de escassez
desses especialistas, as áreas de planejamento,
controladoria e finanças podem ser fornecedoras
naturais de RIs”, avalia. Conforme Renata, essas
pessoas têm que ser multifuncionais, com conhecimento
contábil e facilidade para navegar no marketing, na
imprensa e nas áreas estratégicas e operacionais.
No caso da Ambipar, companhia de gestão ambiental e
tratamento de resíduos, o seu CFO, Thiago Silva,
assumiu a diretoria de RI antes do IPO e, junto com
uma analista, cuidava do compliance, das divulgações e
do atendimento aos investidores.
Por conta da pandemia, 100% do roadshow foi digital e
a abertura de capital, que aconteceu em julho do ano
passado, levantou R$ 1,08 bilhão. “Apresentamos com
êxito um negócio diferente na Bolsa”, afirma Silva.
Recentemente, a área de RI da Ambipar ganhou o
reforço de mais um analista e, no fim do mês passado,
também houve uma transição, pois Thiago Silva já está
exclusivamente por conta da área financeira e quem
assumiu o cargo de diretor de Relações com
Investidores foi Fábio da Costa Castro, com uma
bagagem de seis anos como RI da JSL e três anos, na
Movida. “Até agora, o setor de RI foi passivo, então o
desafio é ser proativo na aproximação com potenciais
investidores, fundos e analistas. Isso porque o número
de empresas listadas tem crescido bastante e estão
disputando a atenção”, ressalta.
Os investidores institucionais representam o maior
volume aportado na companhia, porém a base de
pessoas físicas na Ambipar surpreende. “O número de
investidores pessoas físicas, 15 mil CPFs, me