Banco Central do Brasil
Revista Veja/Nacional - Brasil
sexta-feira, 12 de março de 2021
Banco Central - Perfil 2 - Gestão Pública
esquemas de corrupção avançam no mesmo ritmo da
escalada da pandemia. Já houve dezenas de operações
da Polícia Federal sobre contratos emergenciais de
compra em vários estados. A capital do país tem sido
terreno fértil para investigações.
Em fevereiro, uma reportagem de VEJA mostrou que a
Precisa Comercialização de Medicamentos — empresa
responsável por vender ao Ministério da Saúde, por 1,6
bilhão de reais, 20 milhões de doses da vacina indiana
Covaxin — também é investigada por fornecer testes de
Covid-19 superfaturados à Secretaria de Saúde do DF.
O dono da Precisa se chama Francisco Maximiano e é
um especialista em contratos suspeitos com a
administração pública. Outra de suas empresas, a
Global Gestão em Saúde, foi alvo de uma ação de
improbidade administrativa por ter recebido, em meados
de 2017, um pagamento indevido de 20 milhões de
reais do Ministério da Saúde, que era chefiado pelo
atual líder do governo na Câmara, o deputado Ricardo
Barros, filiado ao mesmo Progressistas da auditora
Renata e do senador Ciro Nogueira, o donatário do
FNDE. Segundo o Ministério Público, a Global recebeu
recursos antecipadamente para fornecer medicamentos
para o tratamento de doenças raras, que não chegaram
a ser entregues. Em razão disso, catorze pacientes
morreram. Aos investigadores, um servidor da pasta
disse que foi pressionado por um diretor — indicado
pelo Progressistas e que mencionava “o nome do
ministro” — para liberar o pagamento de forma irregular.
Maximiano e Barros negam as acusações. O fato é que
a pandemia atiçou o apetite de algumas espécies que
se nutrem da sangria dos cofres públicos.
Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central - Perfil 2 -
Gestão Pública