Newsletter Banco Central (2021-03-13)

(Antfer) #1
Banco Central do Brasil

Revista Carta Capital/Nacional - Capa
quinta-feira, 11 de março de 2021
Banco Central - Perfil 2 - TCU

Tribunal de Justiça pela abertura de inquérito para
apurar se a Lava Jato investigou ministros ilegalmente.
“A abertura de inquérito por ato de ofício do presidente
do STJ contribui para a franca deterioração das
instituições democráticas brasileiras. Contraria a
Constituição Federal e tratados internacionais dos quais
o País é signatário”, diz uma curta mensagem no Twitter
postada no dia 19.


Em 15 de fevereiro de 2017, Dallagnol fala de uma
parceria com a ONG para criar um “selo” para
candidatos às eleições de 2018 que “se comprometam
com as 10 medidas de combate à corrupção” e “não
tenham sido acusados criminalmente”. “O objetivo é
buscar algum grau de renovação política e levar ao
Congresso pessoas comprometidas com as mudanças”,
escreveu o procurador.


Brandão, Dallagnol e outros procuradores mantinham
um grupo no aplicativo Telegram, no qual se discutiam
estratégias de agenciamento político e eleitoral. Nas
conversas, eles chegam a traçar o perfil de lideranças e
movimentos sociais que poderiam fazer parte do
projeto. Houve trocas de mensagem com Rogério
Chequer, ativista do Vem Pra Rua, um dos movimentos
que fomentaram as manifestações contra Dilma
Rousseff. Buscavam-se nomes capazes de promover a
renovação política alinhada à agenda ultraliberal. Em 22
de fevereiro, Brandão avisa no grupo que conversou
com Guilherme Leal, candidato a vice de Marina Silva
em 2010 e copresidente da Natura Brasil, “sobre o
nosso plano”. “Ele saiu decepcionado da experiência
eleitoral e está apostando na renovação política e, por
isso, está financiando a RAPS – que é uma iniciativa
que seleciona candidatos de melhor perfil pra apoiar
com ações de capacitação e apoio direto às
campanhas, além de selecionar jovens líderes e apoiar
que entrem na política.” Em resposta Dallagnol
descreve uma conversa com Chequer: “Eles têm 2
iniciativas: 1) uma “lista negra” (nome politicamente
correto: “tchau, queridos”) de políticos em quem não
votar. Vão usar instrumentos de mídias sociais para
fazer divulgação geolocalizada (raio de 100km das


cidades que são seus redutos eleitorais). 2) uma frente
por renovação, sem protagonista, que aglutinará
entidades da sociedade civil que concordem com uma
agenda liberal, de promoção do mercado e
anticorrupção”.

Em outra conversa, em 8 de fevereiro de 2018, Brandão
sugere que iniciem um diálogo com influenciadores da
esquerda. “Se ganharmos a CNBB (esquerda religiosa),
Pedro Abramovay (financia quase todas as ONGs do
campo progressista), João Moreira Salles (publisher
mais influente da intelectualidade de esquerda),
Sakamoto (articulista pop da esquerda) e mais alguns
professores da USP, criamos um campo de influência
pra baixar a resistência da esquerda.” Dallagnol alerta:
“Observo ainda que o tempo até as eleições é curto.
(...)”. E finaliza: “Nada do tipo ‘vem pra piscina de
Curitiba q a água tá quentinha’ kkkk”.

A relação entre a ONG e a força-tarefa estreitou-se
durante o mandato de Rodrigo Janot na Procuradoria-
Geral da República, em 2014. À época, a PGR e a
Transparência Internacional assinaram um memorando
que garantia a participação e a colaboração em acordos
do Ministério Público. Em 2017, uma troca de
mensagens retifica o primeiro acerto e inclui cláusulas
curiosas solicitadas pela Transparência Internacional.
Assinada por Brandão, a carta anuncia que a
organização “está em processo de restabelecimento de
uma presença permanente no País e terá como um de
seus eixos prioritários de ação o apoio aos ativistas e às
organizações sociais brasileiras que se dedicam à luta
contra a corrupção”. Também propõe a participação da
entidade na designação dos recursos oriundos de
acordos de leniência. Por conta dessa proposta, a
Transparência, apesar de atuar há 20 anos no Brasil,
decidiu registrar um CNPJ e se tornar oficialmente uma
empresa privada estrangeira a operar no País. Em
junho de 2017, a procuradoria do Distrito Federal
assinou um acordo de leniência com a J&F no valor de
10,4 bilhões de reais. Desse montante, 2,3 bilhões
seriam destinados a projetos de combate à corrupção
administrados pela ONG. Como mostraram diálogos
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