RDFQNF_VERSÃO DIGITAL_FINAL

(Oficina dos Filmes) #1

133


PEPINO: claro que não, otário. Se tivesse, estaria rico e famoso
sem fazer o menor esforço, e não aqui imprensado.

TOM: de repente, poderia até ter me inscrito... Quem sabe (revira
os olhos).Ufa! Que calor faz aqui...

PEPINO: qual é cara, você se enfiou aqui dentro de última hora e
ainda tá reclamando? Se saia, mané. Seu Onofre sabe que você
está aqui?

TOM: psiu!! Não me dedure, já estamos chegando, por favor,
brother... (Tom se afasta).

COUVE: saia debaixo da minha saia, seu sem-vergonha!

TOM: psiu, por favor, fale baixo. Colabora vai.

COUVE: sai, sai, vou lhe empurrar, seu abusado!

TOM: ai, chega de me empurrar.

COUVE: seu pilantra, você merece uma surra.

TOM: você me deixa vermelho de raiva. Ninguém merece!

Seu Onofre chega na carroceria do caminhão para pegar as
hortaliças. Tom treme de medo. A couve continua a gritar sem parar.

COUVE: sai, sai, seu malandro!

Tom se esconde debaixo da saia da couve. A couve grita mais ainda.

SEU ONOFRE: o que foi? Por que tanta gritaria?

TOM (imitando a voz feminina da couve): é uma lagarta, Seu
Onofre. Ufa! (suspira)

Tom olha pra um lado, olha pro outro e pula do caminhão sem ser
visto.

CENA 6 ∙ FÁBRICA DE ALIMENTOS ∙ INTERNA ∙ DIA

Sala grande repleta de máquinas de seleção de verduras. Tom,
sentado em um banco ao lado de outras hortaliças, aguarda ser
chamado pra entrevista. Está tremendo e começa a suar.
Free download pdf